Secretário de Estado devolve responsabilidade por golas antifumo para a Proteção Civil
28-07-2019 - 14:24
 • Renascença

José Artur Nunes remete mais conclusões para o inquérito mandado instaurar pelo ministro Eduardo Cabrita.

O secretário de Estado da Proteção Civil, José Artur Neves, nega que tenha sido o principal responsável por acompanhar e autorizar a compra das 70 mil golas antifumo que foram distribuídas à população de aldeias e vilas sujeitas a incêndios mas que, afinal, são inflamáveis.

Depois de o Jornal de Notícias ter noticiado na sua edição deste domingo que José Artur Neves foi o responsável por todo o processo, tendo a Proteção Civil apenas autorizado a compra, o secretário de Estado negou, em declarações prestadas junto da fronteira, em Vilar Formoso.

“Os contratos aplicados e as condições de seleção dos concorrentes são da responsabilidade da Autoridade Nacional de Proteção Civil e esse trabalho foi desenvolvido”, diz, acrescentando que mais informação será revelada certamente pelo “inquérito que foi mandado instruir por parte do senhor ministro”.

José Artur Neves refere-se ao inquérito urgente encomendado por Eduardo Cabrita cerca de 24 horas depois de o ministro ter desvalorizado o caso, acusando os jornalistas de irresponsabilidade e alarmismo e apelidando-os de “cobras” quando questionado sobre o caso das golas antifumo inflamáveis, produzidos por uma empresa de turismo detida pelo marido de uma autarca do PS e que custaram à Proteção Civil mais do dobro do que o preço de mercado. O contrato de compra das 70 mil golas pode ser consultado online, bem como o contrato de compra dos 15 mil kits de emergência que também foram distribuídos.

Nas mesmas declarações aos jornalistas, José Artur Neves reconheceu que o seu gabinete acompanhou o processo, mas assegura que “todo o processo de seleção dos concorrentes, de definição de critério de seleção desses concorrentes e o modelo de concurso, é naturalmente da responsabilidade da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil”.

Em resposta enviada à Renascença, fonte da Proteção Civil referiu que o organismo não vai falar mais nada sobre a polémica em volta das golas que são feitas com material inflamável, porque está em curso um inquérito pedido pelo ministro da Administração Interna.

[notícia atualizada às 00h10]