Aumenta para 68 o número de mortos de um desastre aéreo registado este domingo no Nepal. No avião seguiam 72 pessoas, nenhuma tinha nacionalidade portuguesa.
O aparelho da Yeti Airlines fazia a ligação entre a capital do Nepal, Katmandu , e a cidade turística de Pokhara, na região central do país.
O mais recente balanço avançado pela agência Reuters refere que pelo menos 68 pessoas morreram em Pokhara, a cerca de 200 quilómetros a oeste de Katmandu.
"Trinta e um [corpos] foram levados para os hospitais", disse anteriormente à agência de notícias France-Presse (AFP) o responsável policial AK Chhetri, acrescentando que outros 36 corpos foram encontrados na ravina onde o avião se despenhou.
Das 72 pessoas a bordo - 68 passageiros, incluindo seis menores, e quatro tripulantes - cinco eram cidadãos da Índia, quatro russos, dois coreanos, um australiano, um argentino, um irlandês e um francês, detalhou o porta-voz da Yeti Airlines Sudrashan Bardaula, citado pela AFP.
De acordo com fontes oficiais citadas pelas agência internacionais, o acidente aconteceu quando o avião fazia a aproximação ao aeroporto.
O avião acabou por se despenhar a um quilómetro e meio do aeroporto e incendiou-se.
Vídeos publicados nas redes sociais mostram o avião da Yeti Airlines a sobrevoar uma zona densamente povoada a baixa altitude, antes de guinar bruscamente.
A autoridade de aviação disse que o último contacto da aeronave com o aeroporto antes de cair foi feito pelas 10:50 (hora local).
A bordo seguiam quatro pilotos e tripulantes e 68 passageiros, incluindo pelos menos 15 cidadãos estrangeiros.
Centenas de operacionais estão envolvidos nas operações de socorro, junto a um rio.
O primeiro-ministro do Nepal, Pushpa Kamal Dahal, apelou aos profissionais de segurança e ao público em geral que ajude nos esforços de resgate.
Pokhara, localizada a 200 quilómetros a oeste de Katmandu, é a porta de entrada para o Circuito de Annapurna, um trilho de caminhada popular nos Himalaias.
Ainda não é claro o que terá causado a queda do avião, sendo que o Nepal tem um histórico irregular de segurança aérea.
No ano passado, 22 pessoas morreram quando um avião caiu numa montanha no Nepal. Em 2018, um avião de passageiros da US-Bangla, do Bangladesh, despenhou-se quando aterrava em Katmandu, matando 49 das 71 pessoas a bordo.
Em 1992, todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram perto de Katmandu, no acidente aéreo mais mortífero da história do Nepal.
A indústria aérea do Nepal cresceu nos últimos anos, transportando mercadorias e pessoas para áreas de difícil acesso, bem como caminhantes e alpinistas estrangeiros.
No entanto, o setor tem tido problemas de segurança devido à falta de formação dos pilotos e manutenção dos aviões.
Desde 2013 que a União Europeia proíbe as companhias aéreas do Nepal de aceder ao espaço aéreo europeu, por razões de segurança.
O país dos Himalaias tem ainda algumas das rotas mais isoladas e complexas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que desafiam mesmo os pilotos experientes.
Pilotos dizem que o Nepal carece também de infraestruturas para fazer previsões meteorológicas precisas, especialmente em áreas remotas com terreno montanhoso acidentado onde o clima muda rapidamente.
[notícia atualizada às 14h35 - número de mortos sobe para 68]