O Governo prepara-se para aprovar um aumento extraordinário de 10 euros nas pensões mais baixas, inferiores a 658,2 euros.
A notícia é avançada nesta quinta-feira pelo “Correio da Manhã”.
A medida deverá abranger perto de dois milhões de pessoas. O Governo terá decidido avançar com o aumento como contrapartida para Bloco de Esquerda e PCP aprovarem o Orçamento do Estado.
As reformas acima de 658,2 euros não deverão sofrer qualquer aumento.
Contactado pela Renascença, o Ministério das Finanças recusou fazer qualquer comentário, remetendo para segunda-feira, dia da entrega da proposta de orçamento.
O presidente da Confederação Nacional de Reformados e Pensionistas considera a proposta uma “profunda injusta” por não se estender a todos os escalões. “É urgente a atualização de todas as pensões. Reforçar a Segurança Social para garantir um envelhecimento com dignidade”, sublinha Casimiro Meneses, acrescentando: “Há dinheiro para que se proceda a um aumento justificado, dado que há muitos anos temos as pensões congeladas. Prevê-se um crescimento económico de mais de 4%, pelo que deviam, naturalmente, proceder ao aumento das pensões em, pelo menos 10 euros. Concordamos, mas que haja também o justo e necessário aumento de todas as pensões dos outros escalões”.
António Costa vai estar nesta quinta-feira no Parlamento para um debate sobre política geral, mas que, ao ocorrer quatro dias antes da apresentação do OE, deverá debruçar-se também sobre a recuperação económica do país.
Este será o primeiro debate da presente sessão legislativa com a presença do primeiro-ministro, num momento em que Governo, PCP, PEV, Bloco de Esquerda e PAN ainda estão longe de concluir o processo negocial para a viabilização da proposta de Orçamento do Estado para 2022 – documento que entrará na Assembleia da República na próxima segunda-feira, dia 11.
Costa já se manifestou “otimista” face à aprovação do documento, mas o otimismo foi contestado pelo Bloco de Esquerda e também não parecer ser partilhado pelo PCP.
Em declarações aos jornalistas na Eslovénia, António Costa não só reiterou a sua confiança num acordo, como disse mesmo esperar que este ano não suceda o que aconteceu no ano passado, quando o Bloco de Esquerda “se furtou a contribuir positivamente para o Orçamento, tendo votado ao lado da direita”.