A Linha Saúde 24, que está em sobrecarga, terá "nas próximas horas" um algoritmo diferente que permitirá "uma maior fluidez do encaminhamento" das chamadas, disse esta terça-feira a ministra da Saúde, Marta Temido.
"Os algoritmos de trabalho e de encaminhamento têm estado a ser revistos nos últimos dias, nas últimas horas, e acabaram de ser revistos pela Serviços Partilhados [do Ministério da Saúde] e pela Direção-Geral da Saúde e estimamos que nas próximas horas possamos estar com um algoritmo diferente na linha que permita uma maior fluidez do encaminhamento", disse Marta Temido em declarações à agência Lusa no Ministério da Saúde.
No entanto, advertiu, com o número crescente de novos casos de covid-19, "as melhorias, provavelmente, vão sentir-se muito ligeiramente".
"Sabendo que neste momento os níveis de serviço não são aqueles que prestávamos e a que a Linha Saúde 24 nos habituou, temos que ter a perceção de que neste momento estamos com largos milhares de contactos a acontecerem ao mesmo tempo e que isso gera sobrecarga", salientou Marta Temido.
A ministra da Saúde manifestou preocupação relativamente às dificuldades relatadas por utentes para fazer o rastreio à covid-19, mas assegurou que está a ser feito um esforço para disponibilizar “o maior número de testes" e à "maior velocidade possível".
Marta Temido respondia sobre queixas de pessoas que tiveram um contacto de alto risco e que têm dificuldade em encontrar um laboratório disponível para fazer um teste PCR de rastreio aos vírus SARS-CoV-2, que provoca a covid-19.
“De facto, há um sinal de preocupação relativamente àquilo que é a dificuldade que as pessoas têm estado a reportar de fazer alguns agendamentos, mas temos também que perceber que neste momento todos aqueles que podem contribuir para a melhoria da situação estão a trabalhar em conjunto para o poder fazer”, afirmou a ministra nas declarações à Lusa no Ministério da Saúde.
Marta Temido apontou que, desde a associação de distribuidores, a Associação Nacional de Farmácias, ao Ministério da Saúde, aos laboratórios, às farmácias à própria academia, há um envolvimento de todos para “disponibilizar o maior número de testes possível e à maior velocidade possível”.
Adiantou que estas situações de “saturação da procura” estão a acontecer em vários países da Europa. “Compreendemos a situação, mas uma vez mais temos que ter alguma paciência porque estamos todos a trabalhar no sentido de disponibilizar o melhor resultado possível”, vincou.
Dados do Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge divulgados no domingo indicavam que “Portugal alcançou, nos dias 23 e 24 de dezembro, dois novos máximos de testagem diária à covid-19, com mais de 620 mil testes de diagnóstico realizados em apenas dois dias”, sendo a taxa de positividade de 4,6%”.