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Com a campanha "Grão a grão combate-se a exclusão", lançada esta segunda-feira, a Fundação S. João de Deus (FSJD) espera chegar a mais de 600 pessoas que se encontram em situações de grande vulnerabilidade, agravadas pela pandemia. “Ouvimos notícias de empresas que estão em layoff, de pessoas que ficaram desempregadas e já não têm dinheiro para comida. Há pessoas a passar fome em Portugal, e a Fundação não podia ficar indiferente. Apesar de estarmos muito ligados à área da saúde mental, decidimos agir e avançar com esta campanha”, diz à Renascença Sandra Silva, coordenadora da delegação de Lisboa da FSJD.
Não sendo esta a área em que habitualmente atuam, perceberam que a melhor forma de chegar a quem precisa seria através de quem já está no terreno e conhece as necessidades. “Criámos uma rede solidária e aliámo-nos a sete instituições, uma por cada região do país, continente e ilhas. São instituições que já apoiam a comunidade, com a entrega de cabazes alimentares e de higiene, e a campanha vai ajudar a completar esses cabazes”, adianta a mesma responsável.
Todas as instituições parceiras estão ligadas à Igreja, porque “era o que fazia sentido”. E dá exemplos: “no Norte, por exemplo, vamos interagir com a Basílica dos Congregados, em Braga. Em Viseu com o Centro Social e Paroquial de S. José”. Algumas ajudam 50 pessoas, outras chegam a 250, mas quase todas confirmam estar a receber cada vez mais pedidos de ajuda. “A conferência vicentina da paróquia da Graça, na Madeira, é que distribui os cabazes, apesar de não ter uma estrutura criada, no sentido de terem uma resposta social. Em Loulé é a Cáritas paroquial que faz esse trabalho, mas há centros comunitários mais estruturados, como o da paróquia de Carcavelos (Patriarcado de Lisboa), que até tem uma mercearia social”, conta.
Três meses para ajudar, com prestação de contas
O valor angariado na campanha será distribuído equitativamente pelas instituições parceiras, para ser depois convertido em alimentos frescos e outros, que habitualmente não estão incluídos nos cabazes distribuídos às famílias.
“Uma das necessidades que nos relataram é que há produtos tão básicos, como o azeite, que faltam. Nas campanhas de angariação nos supermercados as pessoas dão sempre massas, arroz, salsichas e atum, mas azeite e óleo dão poucas vezes, e são produtos que as famílias precisam para cozinhar, por isso esta ajuda servirá também para isso”, explica Sandra Silva.
A campanha solidária "Grão a Grão Combate-se a Exclusão", teve início esta segunda-feira, 13 de julho, e vai prolongar-se até 9 de outubro. Os donativos podem ser depositados através de transferência bancária ou por MB Way, seguindo as indicações dadas através do site da Fundação S. João de Deus (www.fsjd.pt), onde a instituição se compromete a ir dando conta do evoluir da campanha. “O nosso objetivo é fazer um primeiro ponto de situação dia 7 de agosto. A partir daí, de três em três semanas, iremos fazer a atualização dos donativos que vamos recolhendo, para ficar transparente”, sublinha a mesma responsável.
A Fundação S. João de Deus foi instituída pela Província Portuguesa da Ordem Hospitaleira de S. João de Deus em 2006. É uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS), com estatuto de utilidade pública, e tem a missão de apoiar pessoas em situação de vulnerabilidade, promovendo a saúde mental e o envelhecimento ativo, ao estilo de S. João de Deus. Como Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD), a instituição também coordena e apoia iniciativas de ajuda humanitária de emergência ou calamidade, nos países subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento.