O historiador Rui Tavares saudou hoje a abertura ao diálogo à esquerda dos últimos dias, mas alertou que o Livre "não oscila conforme sondagens", insistindo que é o único partido que foi claro desde o início. .
O dirigente do Livre esteve no Jardim Constantino, em Lisboa, com o antigo diretor-geral da Saúde, Francisco George, e outros profissionais do setor, num encontro que também contou com a presença da número dois do partido pela capital, Isabel Mendes Lopes.
Questionado sobre as declarações de António Costa à Renascença, de abertura ao diálogo com todos os partidos menos o Chega após o dia 30, Tavares considerou que "é uma boa notícia que finalmente comece a haver mais clareza a poucos dias das eleições", mas é "uma má notícia que venha tão tarde". .
Ainda assim, o dirigente e fundador do Livre considerou que os sinais de convergência que têm surgido dos partidos à esquerda vão mobilizar o eleitorado, defendendo que o pedido de maioria absoluta de António Costa "fez ricochete" e há um recuo. .
Tavares advogou que o Livre é claro "do ponto de vista de uma nova cultura de diálogo e compromisso, que não esteja sujeita às flutuações da agenda política quotidiana" na qual existem partidos "que ainda há pouco tempo forçavam pela maioria absoluta e agora já são mais abertos" ou outros "que passaram o tempo em ataques interpartidários, agora dizem que querem reuniões no dia seguinte".
"E as pessoas têm o direito de se perguntar: "mas vocês acreditam genuinamente nessa cultura de diálogo e compromisso ou oscilam conforme as sondagens?". Porque no Livre têm um partido que não oscila conforme as sondagens em relação a essa cultura de diálogo e compromisso e portanto é um voto que não é só mais claro, é também mais seguro e por isso é mais útil", sustentou. .
De acordo com o dirigente, "é mais claro e mais consequente votar no Livre do que no PS ou no PAN" para evitar uma viragem à direita, "porque nenhum desses partidos diz aquilo que o Livre diz em relação a essa clareza", sustentou.
Tavares insistiu na ideia de que "não é desejável para o país um governo de bloco central" e avançou que o partido "não estará numa solução de bloco central, estará na oposição".
"Governos de bloco central podem ter um papel na democracia em situações que são diferentes (...) mas aquilo a que aconselha o momento político, económico e social que estamos a viver é também a uma grande clareza e separação de aguas aí", sustentou. .