Os sindicatos do setor da aviação mostram-se “surpreendidos” e consideram inaceitáveis os aumentos salariais na administração da TAP.
Henrique Louro Martins, presidente do Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil, fala numa medida inaceitável.
“Não é aceitável que haja nesta altura, numa fase de sacrifício para toda a empresa, para todos os trabalhadores, e eu penso que na administração também são trabalhadores.”
José Sousa, do Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos, afirma que os funcionários da TAP foram surpreendidos com estes aumentos dos salários dos administradores.
“Fomos surpreendidos com esta frieza de duplicar salários, caiu muito mal e é de muito difícil digestão”, sublinha José Sousa.
O jornal Eco avançou na segunda-feira que três membros da administração da TAP viram os salários aumentados, com o aval do Governo, incluindo o presidente executivo e o presidente do Conselho de Administração.
Com a passagem a CEO interino da TAP, Ramiro Sequeira passou a auferir 35 mil euros brutos por mês – um valor que é quase o dobro do que ganhava no cargo anterior, que acumula com as novas funções.
Na resposta a esta notícia, conhecida numa altura de cortes na empresa aérea, o Governo garante que a TAP “não teve qualquer acréscimo de custos salariais” com os administradores, adiantando que os encargos com o Conselho de Administração caíram 33% “em termos brutos” desde março.
Em comunicado divulgado na terça-feira, o Ministério das Infraestruturas e Habitação, respondendo às “notícias dos últimos dias relativamente aos aumentos salariais efetuados na TAP, nomeadamente do seu CEO [presidente executivo] interino, Ramiro Sequeira” assegurou que a “TAP não teve qualquer acréscimo de custos salariais com as funções desempenhadas pelos três administradores, bem pelo contrário”.
o Governo diz ainda que “os valores que têm sido noticiados não são aqueles que efetivamente têm sido pagos aos três administradores, uma vez que se tratam de valores brutos, sobre os quais têm sido aplicados reduções que atingiram os 35% durante o 'lay-off' (uma percentagem de corte superior à que foi aplicada aos trabalhadores) que se mantêm neste momento nos 5%, quando a TAP já não está a aplicar cortes nos vencimentos dos trabalhadores”.