O apelo ao voto parece “justo e mesmo urgente” a Marcelo Rebelo de Sousa, pelo que, na mensagem dirigida aos portugueses este sábado, a propósito das eleições legislativas, o Presidente da República não poupa nas palavras. “São quatro anos decisivos da vida de Portugal”, declara, evidenciando depois especial preocupação com a economia para justificar que o voto é ainda mais importante do que nas europeias de maio.
“Os sinais económicos e políticos preocupantes – no mundo e na Europa – são hoje mais claros do que em maio. O relacionamento imediato entre o Reino Unido e a União Europeia é hoje mais indefinido do que em maio. Os efeitos do ambiente internacional na nossa economia serão, certamente, importantes no período de quatro anos, aberto pelas eleições de amanhã”, nota.
Marcelo faz depois uma espécie de caderno de encargos de desafios que cabem aos próximos Governo e Assembleia da República. A economia vem de novo ao de cima – “apostar em mais crescimento, em mais emprego, no combate à pobreza e às desigualdades entre pessoas, mas também entre setores litorais e interiores do Continente, e entre áreas deste e as regiões autónomas”, mas também a educação, saúde, segurança social e a ciência são referidas.
Os “efeitos negativos da quebra da natalidade e do envelhecimento das populações, das alterações climáticas e de crises vindas de fora” são outro desafio na agenda portuguesa, que contém, nos próximos quatro anos, a Conferência Mundial sobre os Oceanos, a presidência da União Europeia e cimeiras da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e Ibero-Americanas.
“Debate pré-eleitoral e eleitoral” foi “longo”
O Presidente da República faz um paralelismo entre a eleição deste domingo e as europeias, sublinhando que “a percentagem dos abstencionistas foi muito elevada” em maio. “Por maioria de razão”, o apelo para que os portugueses “não deixem de votar amanhã” é reforçado.
“Os portugueses têm a possibilidade de dispor de várias escolhas, que chegam a 21 nalguns círculos eleitorais. O longo período de debate pré-eleitoral e eleitoral permitiu que listas e candidatos se desdobrassem em iniciativas de apresentação ou de confronto de ideias. Múltiplas entrevistas e debates proporcionaram oportunidades de observação e de ponderação dos eleitores”, referiu.
“Todos fizeram o que se encontrava ao seu alcance para conquistarem o voto para as suas causas”, acrescenta Marcelo Rebelo de Sousa, que acentua que “não votar é entregar a outros uma decisão que é nossa”.
“Por convicção, por confiança, por rejeição, por realismo, por exclusão de partes – seja qual for a razão do vosso voto, não deixem de votar amanhã”, concluiu.