A Ordem dos Médicos Veterinários (OMV) quer que a profissão seja considerada de desgaste rápido.
Já apresentou a proposta em audiência parlamentar junto do PS, que se comprometeu levar o assunto a um grupo de trabalho, cujo trabalho deveria estar concluído em janeiro, originando um parecer. Com a atual situação de crise política, a Ordem continua a aguardar uma resposta.
Em declarações à Renascença, Pedro Fabrica, membro da assembleia geral da Ordem dos Médicos Veterinários, indica que "quase 60% destes clínicos trabalham em média mais de 40 horas, e 14% destes, mais de 50 horas. A que se juntam turnos aos fim-de-semana e feriados, em turnos de 12 horas sem direito a descanso".
E não é um facto isolado: "Um inspetor sanitário que trabalha num matadouro, começa o dia a trabalhar às 5h00 da manhã, com muita frequência, o que contribui para o desgaste", sublinha.
Já para não falar, indica Pedro Fabrica, que "dois terços dos médicos veterinários ao longo da sua carreira vão sofrer lesões: Mordeduras, esmagamento, lesões na coluna e articulações". Um índice que comparando com os médicos de medicina humana é três vezes superior.
Este não é um caso único que preocupa os médicos veterinários. Outro prende-se com o estatuto das ordens profissionais, promulgado esta semana pelo Presidente da República.
A alteração abre portas a que outros profissionais desempenhem ações que, até à data, eram exclusivas dos veterinários.
"Há pessoas legalmente autorizadas que vão poder desempenhar funções na segurança alimentar, inspeção sanitária e clínica, quando não têm a formação que deviam ter" e que, até agora, se centra nos veterinários, alerta Pedro Fabrica.