O ministro português dos Negócios Estrangeiros disse esta segunda-feira que "já houve oito pacotes de sanções e haverá seguramente um novo" visando a Rússia, pela invasão da Ucrânia, a ser negociado na União Europeia, com mais sanções individuais e financeiras.
"Vários países falaram [hoje] da possibilidade de desenvolvermos um novo pacote e acredito que isso vá acontecer. Já foram oito pacotes e haverá seguramente um novo, mas esse pacote ainda não cristalizou, ainda estão a ser discutidas modalidades que podem fazer parte desse pacote", declarou o chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho.
Falando aos jornalistas portugueses em Bruxelas no final de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), na qual foi admitida a criação de um nono pacote de sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, João Gomes Cravinho apontou que em causa poderão estar "sanções sobre mais indivíduos e sobre mais entidades, incluindo sanções bancárias sobre algumas entidades que ainda estão no sistema SWIFT [relativo ao sistema internacional de instituições bancárias]".
Apesar de vincar que "há margem ainda para mais sanções", o governante lembrou que "as sanções precisam de passar por unanimidade, ou seja, por 27 países" da UE.
"Passaram oito pacotes através do crivo desses 27 países" e, "naturalmente, que há preocupação em relação ao impacto que a guerra tem sobre a economia mundial, incluindo um aspeto muito importante, uma demonstração nos últimos tempos de vontade por parte do Presidente [russo, Vladimir] Putin, de instrumentalizar os cereais utilizados no Mar Negro como uma arma contra aqueles que não o apoiam na sua guerra", prosseguiu.
De acordo com João Gomes Cravinho, assiste-se agora a "um clima mau provocado pela invasão da Ucrânia, mas há também uma grande determinação em prosseguir".
"A vitória ucraniana em Kherson dá muito alento a essas perspetivas mais positivas sobre o caminho da guerra", concluiu o responsável.
A ofensiva militar lançada em 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia mergulhou a Europa naquela que é considerada como a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).