Bloco defende responsabilização de quem "se aproveite" do plano de vacinação
30-01-2021 - 20:08
• Lusa
Polémicas em torno da administração das vacinas já levaram a demissões.
O líder do Bloco de Esquerda defendeu este sábado que "devem ter consequências" todos os abusos, como o da vacinação contra a Covid-19 de funcionários de um café no Porto pelo INEM fora dos critérios definidos.
"Todas as responsabilidades devem ser assacadas sempre que há abuso e devem ter consequências", comentou Catarina Martins, num comentário à polémica em torno da vacinação de funcionários de um café ao lado das instalações do INEM no Porto, que já levou o responsável a pedir a demissão.
Para a dirigente bloquista, "quem se aproveite deste processo" de vacinação em curso "é não só um profundo desrespeito para o país como para o SNS, que está a dar o melhor" para executar o plano de vacinação.
O responsável pela delegação do Norte do INEM apresentou a demissão depois de ter sido noticiado que o instituto tinha vacinado contra a Covid-19 funcionários de uma pastelaria no Porto, confirmou à Lusa fonte do instituto.
Segundo noticiou este sábado o "Correio da Manhã", a delegação regional do Norte do INEM incluiu os proprietários e funcionários de uma pastelaria do Porto no grupo de profissionais que foi vacinado na primeira fase do plano de vacinação. .
Este sábado o delegado do INEM no Porto assumiu que autorizou a vacinação de 11 funcionários de uma pastelaria próxima, mas recusou qualquer favorecimento, assegurando que se tratou apenas de evitar que as vacinas fossem para o lixo.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou na sexta-feira que vai verificar o cumprimento das normas e orientações aplicáveis ao processo de administração da vacina contra a Covid-19.
Segundo a IGAS, a inspeção assenta em três vertentes: critérios de seleção das pessoas a vacinar dentro dos grupos prioritários, procedimentos de gestão das doses excedentes e medidas preventivas do desperdício.
A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.206.873 mortos resultantes de mais de 102 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 12.179 pessoas dos 711.081 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.