O comentador da Renascença Henrique Raposo diz que "o SNS está um caco" e apela ao Presidente da República para que, tal como fez nos incêndios, dê "um murro na mesa".
"O cenário é gravíssimo", diz, lembrando que Portugal, desde o ano passado que regista "mortalidade em excesso". "Seis a sete mil portugueses morreram a mais do que seria expectável", diz.
"Estive a ver a linha da mortalidade deste ano e estamos acima da média desde pelo menos de abril, 29 de outubro foi o mais mortífero de sempre. Morreram 348 pessoas nesse dia, mais do que os anos Covid", sublinha. Raposo refere ainda que "quem está a morrer são os mais pobres, os invisíveis. As pessoas que têm dinheiro, felizmente conseguem ter seguros de saúde e safam-se pelos privados".
"Gostava de ver o Presidente da República a subir o tom porque estamos a falar de vidas. Não vidas abstratas, não são vidas de uma guerra distante, são vidas de portugueses aqui e agora", apela.
Raposo diz ainda que "o Governo tem tentado manter uma chantagem com os médicos", mas considera que "os médicos têm razão quando dizem que não podem fazer 300 horas extraordinárias por ano, colocando em risco a sua vida familiar, a sua própria saúde mental".
"Não é boa ideia entrarmos no hospital e sermos operados por um médio em burnout", remata.