Deixar Putin violar impunemente princípios comuns abre "caixa de Pandora", diz Blinken
04-03-2022 - 18:09
 • Lusa

“O que está em risco é a vida dos ucranianos”, disse o secretário de Estado dos EUA à chegada ao Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, no qual participa a título extraordinário.

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O secretário de Estado dos EUA, Anthony Blinken, disse esta sexta-feira que permitir que o presidente russo, Vladimir Putin, viole impunemente os princípios comuns estabelecidos depois das guerras mundiais irá abrir "uma caixa de Pandora" de riscos para o mundo.

"O que está em risco é a vida dos ucranianos, para além dos princípios fundamentais que estabelecemos em conjunto depois das duas guerras mundiais", disse Blinken, na chegada ao Conselho de Ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, no qual participa a título extraordinário, assim como os chefes da diplomacia da Ucrânia, do Reino Unido e Canadá.

Blinken referia-se à "noção de que um país não pode alterar fronteiras pela força" ou a de que "um país não pode ditar as decisões dos cidadãos de outros países sobre o seu futuro", assim como ao conceito "ultrapassado" de "esferas de influência, no qual um país subjuga os vizinhos conta a sua vontade".

"Se permitirmos que esses princípios sejam violados, como Putin está a fazer agora, com impunidade, vai abrir-se uma caixa de Pandora de perigo não só para nós, mas para todo o mundo", afirmou o chefe da diplomacia norte-americana, que reconheceu haver "muito em jogo", ainda que se tenha manifestado convicto de que o Ocidente "terá êxito".

Blinken saudou também a reação europeia perante a agressão russa à Ucrânia, tanto em matéria de sanções como de ajuda aos ucranianos, que classificou como "histórica", e assegurou que o esforço que o presidente dos EUA, Joe Biden, fez desde o início do seu mandato para "revitalizar" as relações com a União Europeia se está "a mostrar essencial".

"Estamos a enfrentar juntos uma guerra escolhida por Putin, não provocada, injustificada e com consequências horríveis para as pessoas reais, pais, mães, crianças. Estamos comprometidos com tudo para travá-la", disse o secretário de Estado dos EUA.