O ministro das Finanças defendeu hoje que "em nenhum dicionário de política económica do mundo" o orçamento para 2022 representa "uma política de austeridade" e que seria "um erro de grandes dimensões" alimentar o "motor interno" da inflação.
"Em nenhum dicionário de política económica do mundo, esta é uma política de austeridade", defendeu Fernando Medina, em conferência de imprensa após a entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) na Assembleia da República.
Questionado sobre um regresso à austeridade com as medidas previstas no orçamento, apontado por algumas forças políticas, o novo titular da pasta das Finanças considerou que uma proposta que mantém o "objetivo de proceder à política do salário mínimo", que aumenta mínimo de subsistência, aumenta pensionistas mais vulneráveis, "dificilmente" pode ser considerado uma política de austeridade.
"Quando temos medida de maior importância de apoio às famílias com filhos, com apoio de 600 euros por ano ou 1.200 euros por ano [...], aí acho que acabou por completo qualquer insinuação de regresso da austeridade, porque este não pode ser, com estas características, um orçamento dessa natureza", sublinhou Fernando Medina.
O ministro garantiu que o Governo não vai "alimentar o motor à inflação" e que isso "seria um erro de grandes dimensões e que seria pago pelos mais vulneráveis".
O ministro das Finanças entregou hoje, no parlamento, às 13:10, a proposta de OE2022, a primeira do terceiro executivo liderado por António Costa e que é suportado por uma maioria absoluta do PS na Assembleia da República.
O OE2022 vai ser votado na generalidade dia 28 e 29 de abril, num processo que culminará na votação final global em 27 de maio, decidiu hoje a conferência de líderes.