Secretário de Estado do Desporto responsabiliza a Liga por não conter atos de violência no futebol
21-03-2022 - 12:45
 • Renascença

João Paulo Rebelo lança alerta, depois de um fim de semana em que se registaram incidentes em Guimarães e no Bessa.

O secretário de Estado do Desporto responsabiliza a Liga Portugal e a apela à sua intervenção para estancar os episódios de violência a que se tem assistido nos estádios portugueses. João Paulo Rebelo aponta à Liga, por se tratar do organizador das provas profissionais e culpabiliza os dirigentes, que "nem sempre são os melhores intérpretes do que deve ser feito".

"A Liga tem uma responsabilidade inequívoca, é o organizador do espétaculo, portanto, tem responsabilidades acrescidas. Deve haver interesse em 'não matar a galinha dos ovos de ouro', porque a prórpia Liga vive da competição que organiza", sublinha o secretário de Estado, em declarações aos jornalistas, em Leiria, à margem do Fórum de Treinadores.

A intervenção de João Paulo Rebelo surge depois de neste fim de semana se ter assistido a incidentes nos estádios da I Liga, nomeadamente, em Guimarães e no Bessa, e também de ter sido necessária a intervenção da GNR em Rio Maior, após o Varzim-Vilafranquense, da II Liga.

João Paulo Rebelo tem a certeza de que Pedro Proença é sensível ao tema, mas admite que o presidente da Liga é, muitas vezes, refém das decisões dos clubes.

"A sensibilidade do Pedro Proença é muita, mas ele está muito condicionado pelos próprios interesses dos clubes que formam a Liga. Eles não são os melhores intérpretes do que deve ser feito, porque muitas das vezes há colisão de alguns interesses. Têm de ser os dirigentes os primeiros a perceber que serão beneficiados se este tipo de fenómenos não acontecerem", observa.

Lamentando o falhanço do cartão do adepto, devido, argumenta, a "má comunicação" e a uma "perceção errada", o secretário de Estado alude, ainda, à influência de alguns elementos de claques que promovem estes incidentes.

"Infelizmente sabemos que há um conjunto de pessoas que estão no fenómeno desportivo e não partilham os valores de um cidadão comum que que vai a um espestáculo desportivo com o interesse de se divertir, sem mais nenhum interesse, seja financeiro ou de outra ordem. Há grupos que estão mais ou menos organizados, mais ou menos debaixo das claques, que têm interesses e são difíceis de controlar", reconhece.