O Governo de António Costa não pediu à Parpública qualquer análise ou avaliação antes de decidir nacionalizar a TAP, afirma Pedro Ferreira Pinto, antigo presidente da sociedade gestora de participações sociais do Estado Português.
Pedro Ferreira Pinto falava esta terça-feira na comissão parlamentar de inquérito à gestão da TAP.
Questionado pelo deputado Carlos Guimarães Pinto, da Iniciativa Liberal, o ex-presidente Parpública disse que a sociedade não foi chamada a avaliar a renacionalização da TAP.
“Que eu saiba, na Parpública não foi. Entendo que essa análise é aconselhável ser feita antes da decisão e, porventura, obrigatória antes da assinatura.”
A decisão que levou a Parpública a readquirir uma participação maioritária na TAP não foi feita pela Parpública? “Para ser franco, eu nem sei se foi a Parpública que comprou a TAP”, declarou Pedro Ferreira Pinto.
Elogios à operação de privatização da TAP
Questionado pelo Partido Socialista, garantiu que a capitalização da TAP através dos fundos Airbus foi uma operação que não levanta quaisquer problemas e que serviu para salvar a empresa, evitar despedimentos e beneficiou o Estado e a Parpública.
O antigo presidente da Parpública foi ainda questionado pelo PSD sobre a carta que o grupo parlamentar do PS enviou à empresa, na altura em que foi feita a privatização. Pedro Ferreira Pinto diz que não viu na carta qualquer ameaça, apenas a expressão de uma vontade.
Por outro lado, o ex-presidente da Parpública elogiou a operação de privatização da TAP em 2015, onde esteve envolvido.
“Pode não se estar de acordo com os termos, e isso democraticamente é aceitável, mas tecnicamente é uma operação que está muitíssimo bem feita, nada foi feito em cima do joelho. Tivemos dúvidas também, mas foi um trabalho altamente escrutinado. Ficou muitíssimo bem ilustrado e altamente documentado. Penso que está ao acesso de todos, de escondido tem tem zero”, afirmou Pedro Ferreira Pinto.