A rede SIRESP não falhou durante o incêndio da Serra da Estrela garante o presidente da rede, Paulo Viegas Nunes, esta terça-feira, em conferência de imprensa.
O brigadeiro general explica que "a rede está sempre ativa" e que esta funciona "num sistema de fila de espera".
"Uma chamada é ativada. Se o sistema tiver recursos para satisfazer imediatamente a chamada, o sistema estabelece a conetividade da chamada. Se estiver saturada, o canal entra numa fila de espera", detalha.
O presidente do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal avisa que a insistência em premir o botão de emergência pode acabar por atrasar a resposta de socorro., apesar de entender que em situações de combate "não há a calma para aguardar".
"Cada vez que carrega na patilha, a chamada volta para trás. Está a adicionar mais atraso. Se clicar uma vez e entrar na fila de espera, só tem de aguardar", refere.
Paulo Viegas Nunes indica que, em média, são necessários três segundos para se atender uma chamada do SIRESP. No entanto, há situações de pico em que a espera é muito maior.
Em relação aos bombeitros que ontem foram dados como desaparecidos no incêndio da Serra da Estrela, o brigadeiro general garante que nunca estiveram incontactáveis.
"Podem estar numa zona de sombra", teoriza, indicando que haveria outras condições para estabelecer contacto de outra forma, através da comutação dos seus terminais.
"Se não foi tomada esta opçõa no terreno, não me compete a mim comentar", concluiu.
O presidente do SIRESP considera que os melhores procedimentos a nível operacional não se devem a falta de formação mas sim, a uma falta de entendimento das capacidades da rede.
A conferência de imprensa foi acompanhada de uma visita à sala de operações do SIRESP e de uma demonstração da capacidade de comunicação, nomeadamente para uma cave onde não há rede mas em que podem ser utilizadas outras alternativas de comunicação.