A Associação Nacional de Transportes Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM) insiste que é impossível responder às exigências dos dois sindicatos de motoristas que convocaram uma greve a partir de 12 de agosto.
André Matias de Almeida, que representa a ANTRAM, garantiu esta terça-feira, em declarações à RTP, que os patrões não vão ceder às condições impostas pelos motoristas de matérias perigosas e de mercadorias.
"Estes dois sindicatos, além de incumprirem com o que foi celebrado, quiseram alhear-se destas negociações", acusa o advogado.
"Podem fazer as greves que entenderem porque estas empresas não vão despedir trabalhadores para poder aumentar outros. Estão no limite das suas capacidades e não irão ceder um milímetro além do que foi acordado do ponto de vista monetário e salarial", sublinha o representante da ANTRAM.
O Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) e o Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) avançaram com um pré-aviso de greve a partir de 12 de agosto, por tempo indeterminado, depois de as negociações com os patrões e o Governo terem falhado.
A ANTRAM aceita um aumento de 300 euros para 2020, mas não se compromete com novas atualizações nos anos seguintes.
Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022.
Com os prémios suplementares, que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.