A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica (ANTEM) queixa-se da falta de recursos no INEM e denuncia tempos de espera por socorro a utentes superiores a uma hora.
Em declarações à Renascença, o presidente da associação, Paulo Paço, fala numa situação que "não é nova e acontece todos os dias", que vem colocar maior pressão nos serviços de urgência.
"Desde logo, está em causa a falta de meios disponíveis por parte do INEM. Muitos deles estão inoperacionais por falta de tripulantes. Há uma fraca retenção destes profissionais no Instituto Nacional de Emergência Médica. Por outro lado, há uma triagem ineficaz do que é ou não urgente e do que é encaminhado ou não para os cuidados de saúde, em Portugal."
Paulo Paço refere-se a situações que ocorrem em várias zonas do país, sendo as regiões do Algarve, Lisboa e Vale do Tejo e Setúbal as mais afetadas.
O presidente da ANTEM dá um exemplo ocorrido na cidade de Setúbal: "Tivemos o caso de um senhor de 84 anos, com uma patologia crítica conhecida e com dificuldade respiratória, que esteve desde as 15h24, quando foi feito o pedido de socorro para o INEM, até às 17h07 à espera que lhe fosse enviada uma ambulância. Estamos a falar de um período bastante grande, de quase duas horas".
Paulo Paço garante que situações deste género têm vindo a agravar-se no país.
A Associação Nacional dos Técnicos de Emergência Médica aponta ainda o que diz ser a "manifesta incapacidade do Instituto Nacional de Emergência Médica em gerir eficazmente os meios ao seu dispor através do Sistema Integrado de Emergência Médica".