A investigadora Susana Graça foi nomeada diretora-geral das Artes, substituindo no cargo Sílvia Belo Câmara, revelou esta sexta-feira o Ministério da Cultura.
Susana Graça, até agora assessora para as Relações Económicas na Embaixada da Noruega, em Lisboa, assumirá o cargo a 1 de fevereiro, em regime de substituição.
Ocupará, assim, o lugar ocupado por Sílvia Belo Câmara, que tinha sido nomeada diretora-geral das Artes em maio de 2018, na altura substituindo Paula Varanda, demitida por "quebra de confiança política".
A nova mudança na Direção-Geral das Artes, anunciada agora e justificada pelo começo de "um novo ciclo", acontece numa altura em que a tutela se prepara para pôr em prática um modelo de apoio às artes reformulado, depois de ter sido duramente criticado pelas estruturas artísticas em 2018.
Susana Graça "já irá abrir e conduzir os novos concursos com o novo modelo de apoio às Artes", sublinha o ministério, em nota de imprensa.
Na mesma nota, é referido que Susana Graça, de 43 anos, foi técnica superior na Direção Geral das Artes em dois períodos distintos entre 2012 e 2016.
Doutorada em Filosofia e Economia, a nova diretora-geral das Artes é, desde 2017, investigadora e consultora em Economia da Cultura da Creare Foundations, na Holanda.
A DGArtes é o organismo do Ministério da Cultura responsável pela realização dos concursos de apoio público às artes e das representações oficiais de Portugal em certames artísticos internacionais como a Bienal de Veneza ou a Quadrienal de Praga.
De acordo com o ministério da Cultura, tutelado por Graça Fonseca, a versão definitiva do modelo de apoio às artes será publicada em fevereiro e as estruturas artísticas deverão ter resultados dos concursos antes do verão de 2019.
O modelo de apoio às artes foi reformulado acolhendo as sugestões de alteração propostas por um grupo de trabalho com representantes dos agentes culturais.
Em declarações à Lusa, em dezembro, Graça Fonseca explicava que todas as propostas acolhidas no grupo de trabalho "terão apenas impacto ou nas portarias ou nos avisos de abertura de concurso".
"Não implicam alteração do decreto-lei, o que nos permite ter um calendário de concurso bastante mais folgado", disse.
Entre as propostas de alteração ao modelo sugeridas pelo grupo de trabalho, aceites pela tutela e já anunciadas na Declaração Anual, dos programas de apoio a abrir em 2019, estão o alargamento do prazo de candidaturas, "sem prejudicar o calendário dos concursos e a respetiva atribuição dos apoios" e a eliminação "da exigência de obtenção de pontuação mínima de 60% em cada um dos critérios de apreciação no Apoio Sustentado".
Haverá ainda uma separação entre apoios à criação e apoios à programação.
No âmbito da criação "e outros domínios", o programa de apoio sustentado vai distribuir-se pelas seis áreas (artes visuais, dança, música, teatro, cruzamento disciplinar e circo contemporâneo e artes de rua), enquanto na programação o concurso é comum a todas.
"São alterações que vão ter muito impacto na forma como as candidaturas vão ser apreciadas", disse Graça Fonseca à Lusa.