A mulher de João Rendeiro vai ficar em prisão domiciliária com pulseira eletrónica.
Na base desta decisão está a convicção por parte da juíza de instrução criminal de que existe um “forte perigo de fuga”, bem como o "perigo de continuação da atividade criminosa" e o perigo de "perturbação do inquérito".
Para além disso, Maria de Jesus Rendeiro fica proibida de contactar com Florêncio Almeida, da ANTRAL, e com o filho deste.
A mulher do ex-presidente do BPP está acusada da prática de vários crimes, todos em co-autoria: crime de descaminho; crime de desobediência; crimes de branqueamento e crimes de falsificação de documento.
Maria de Jesus Rendeiro foi detida no âmbito da operação D’Arte Asas dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal e executada pela Polícia Judiciária.
A mulher de João Rendeiro era fiel depositária dos quadros arrestados ao ex-banqueiro, considerando o tribunal que esta sabia das falsificações e do desvio das obras.
O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro, condenado no final de setembro a três anos e seis meses de prisão efetiva num processo por burla qualificada, está em parte incerta após ter fugido à justiça.
O colapso do BPP, banco vocacionado para a gestão de fortunas, aconteceu em 2010, já depois do caso BPN e antecedendo outros escândalos na banca portuguesa.
O BPP originou vários processos judiciais, envolvendo burla qualificada, falsificação de documentos e falsidade informática, bem como processos relacionados com multas aplicadas pelas autoridades de supervisão bancária.