O PSD vai abster-se na moção de censura ao Governo que vai ser apresentada pela Iniciativa Liberal (IL).
A decisão conhecida numa reunião do grupo parlamentar foi confirmada à Renascença por fonte social-democrata. O debate e a votação da moção de censura estão marcados para quinta-feira.
Durante esta tarde, a Comissão Política Nacional esteve reunida e depois houve reunião da bancada do PSD, onde os deputados estiveram com a direção do partido - precisamente com o líder do partido Luís Montenegro - na Assembleia da República.
Luís Montenegro apresentou os argumentos aos deputados para a abstenção na moção de censura. Para o líder do PSD, votar a favor é pretender derrubar o Governo, abrir uma crise política e consequentemente pedir eleições.
Montenegro recordou que os portugueses foram chamados a votar em eleições legislativas há um ano é preciso respeitar a decisão dos eleitores, que deram uma maioria absoluta ao PS e a António Costa.
Os portugueses estão preocupados com o aumento do custo de vida, a falta de resposta dos serviços públicos, com o SNS num "autêntico caos", com a falta de capacidade reformista do Governo e com os "impostos máximos", referiu aos deputados.
O líder do PSD defende que o Governo merece oposição às suas políticas, mas deve governar, não ter um pretexto para fugir às suas responsabilidades.
O PSD não é um partido de protesto, sublinha Luís Montenegro, é um partido de Governo e é a alternativa a esta governação do PS e de António Costa.
O líder do PSD já tinha afirmado, na segunda-feira, que "este não é um tempo para abrirmos uma crise política em cima de uma crise social que atinge tão fortemente as famílias e as empresas portuguesas".
Num comentário à mais recente remodelação no Governo, o presidente dos sociais-democratas garantiu que "estamos e estaremos aqui para sermos oposição hoje e alternativa de Governo amanhã”.
O debate e votação da moção de censura ao Governo apresentada pela Iniciativa Liberal vai realizar-se na quinta-feira, decidiu esta terça a conferência de líderes parlamentares.
A moção de censura da IL vai ser a segunda que o XXIII Governo constitucional enfrenta desde que iniciou funções, em 30 de março de 2022, depois de ter vencido as eleições legislativas com maioria absoluta, e terá chumbo’ assegurado pela bancada socialista, tal como a primeira apresentada pelo Chega em julho.
O líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, afirmou que a maioria socialista na Assembleia da República, "lado a lado com os portugueses", vai chumbar a moção de censura ao Governo.
O PCP vai votar contra e o Bloco de Esquerda vai abster-se.
[notícia atualizada às 19h33]