Portugal e Espanha ao leme do 5G. Chegou o roaming em mobilidade
22-05-2019 - 17:57
 • Olímpia Mairos

Vodafone Portugal e Vodafone Espanha protagonizaram a primeira ligação 5G mundial esta quarta-feira.

A Vodafone Portugal e a Vodafone Espanha realizaram esta quarta-feira, no percurso entre Tui (Espanha) e Valença (Portugal), a primeira ligação 5G mundial em roaming em mobilidade. Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal, descreveu o momento como “Um marco tecnológico”.

Na viagem de cerca de sete quilómetros, dois jogadores profissionais de videojogos, entre os quais o campeão ibérico de e-gaming, o português Ricardo “Fox” Pacheco, jogaram na rede móvel da Vodafone sem qualquer interrupção da conexão durante o percurso.

“Estou muito contente com os resultados. Em termos de latência está tudo ótimo, o que eu não estava à espera. Foi o que me deixou mais surpreso na experiência. Isto é importante para os jogadores, principalmente para jogadores como eu, que estamos sempre a viajar e passamos imensos dias em hotéis. Neste caso, levamos sempre os portáteis para não ficarmos parados muitos dias. Este tipo de net, neste caso, 5G, permite-me jogar perfeitamente, normalmente, como em casa, ou melhor”, declarou Fox no final da viagem, à Renascença.

Para a realização da experiência, inédita a nível mundial, a Ericsson, parceiro tecnológico da Vodafone Portugal, instalou oito antenas, das quais quatro em território português. Em todo o percurso, a rede da Vodafone 5G manteve-se estável. A Renascença, que também fez viagem, constatou, ao atravessar a fronteira, apenas a mudança de bandeira, não se registando qualquer instabilidade na rede.

Além do “gaming” em mobilidade, foi ainda demonstrada uma solução de “infotainment” (com pontos de interesse turísticos de Valença e Tui e outras informações adicionais) e a integração do serviço de televisão Vodafone, disponibilizado com recurso a “streaming” em 5G.

Segundo Mário Vaz a experiência realizada esta quarta-feira foi “uma excelente forma de mostrar as inúmeras potencialidades da quinta geração móvel, em particular a baixa latência. Será graças a esta característica disruptiva que conseguiremos impulsionar, no futuro, inovações que vão transformar por completo as nossas vidas, tais como carros autónomos, cirurgias à distância ou negócios assentes em realidade virtual e aumentada”.

Já o presidente executivo da Vodafone Espanha, António Coimbra, considerou tratar-se de “um momento histórico”, realçando que as “telecomunicações são motor de mudança” e que a nova tecnologia vai “permitir o desenvolvimento e melhorar a vida das cidades”.

O CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, aproveitou também a presença do secretário de Estado Adjunto, Alberto Souto de Miranda, para defender que a “atribuição das licenças de quinta geração móvel (5G) deverá ser feita na totalidade, com planeamento adequado, e não de forma fragmentada”.

No final da iniciativa, e já em território português, o governante afirmou que “ainda não está definido o modelo de atribuição da licença 5G” e que este “pode passar por leilão ou concurso”, sendo que o calendário de arranque também não está definido.

"Nós queremos que as empresas e operadores de telecomunicações, que estarão na corrida da quinta geração móvel (5G), não sejam sufocados financeiramente por estes procedimentos de atribuição do espectro”, afirmou Alberto Souto de Miranda.

O governante afirmou ainda que o executivo “está a acompanhar o que está a acontecer no resto do mundo” e que “terá sensatez de construir uma solução que corresponda às expectativas do mercado".