Numa altura em que é conhecida a contratação de Sérgio Figueiredo para consultor do Ministério das Finanças, a revista Sábado avança com mais um contrato que terá sido assinado entre Fernando Medina e o ex-diretor da TVI.
De acordo com a edição desta semana da revista "Sábado", poucos meses depois de ter deixado a TVI, em 2020, Sérgio Figueiredo criou uma empresa que foi contratada posteriormente pela Câmara Municipal de Lisboa. Na altura, em que a autarquia contratou a empresa “Plataforma coerente”, Fernando Medina, presidente da Câmara, era ainda comentador na TVI, depois de ter sido contratado pelo próprio Sérgio Figueiredo.
A "Sábado" avança que o contrato consistiu na realização de uma campanha de comunicação destinada aos estabelecimentos de comércio tradicional e de restauração e bebidas, no âmbito do plano económico e social. Uma campanha que levou 13 dias a executar, no valor de 30 mil euros. O trabalho consistiu em depoimentos de figuras públicas, gravados por telemóvel pelos próprios e contou com a colaboração da namorada e sócia de Sérgio Figueiredo, Margarida Pinto Correia.
Oficialmente, a Câmara Municipal de Lisboa abriu uma Consulta Prévia para a aquisição de serviços, mas no Portal Base dos contratos públicos não é referido quais as empresas que a autarquia avaliou para fazer a adjudicação para este programa.
À revista Sábado, o antigo jornalista e ex-diretor da TVI, conta que durante o segundo confinamento, em 2020, chamou à atenção de Fernando Medina para o fecho de várias lojas de bairro, facto “que não seria salvo com subsídios”.
Apesar de os vídeos da campanha “Parte de Nós”, terem sido filmados pelas próprias figuras públicas que participam, Sérgio Figueiredo justifica o valor do serviço questionando a Sábado: “Como acha que eles foram mobilizados? Se a CML tivesse de contratar aquela gente toda para o mesmo trabalho, faz ideia de quanto lhes custaria? Além disso, não gravei nada, mas tivemos de fazer edição”.
Contactado pela Renascença, o Ministério das Finanças diz não ter nada a dizer sobre este contrato de 2020, que é conhecido dias depois de o atual ministro das Finanças ter contratado o ex-diretor da TVI para consultor da tutela.
De acordo com o que foi confirmado pela Renascença junto do Ministério das Finanças, Sérgio Figueiredo assinou um contrato de dois anos no valor de 140 mil euros, o que significa um salário bruto mensal de 5.832 euros, mais mil euros que o salário bruto do próprio ministro das Finanças, que é de cerca de 4.700 euros.