O Governo quer que as 10 maiores cidades de Portugal Continental estejam ligadas por linhas de alta velocidade.
O anúncio foi feito esta quinta-feira à tarde na apresentação do Plano Ferroviário Nacional, no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), em Lisboa.
O objetivo é tornar o comboio um transporte que faça concorrência direta com o carro e com o avião, explicou o coordenador Frederico Francisco.
Para isso, os tempos de viagem de comboio têm de ser semelhantes ou menores do que os que se verificam pela estrada ou pelo ar, sublinha Frederico Francisco.
O Plano Ferroviário Nacional prevê, também, uma terceira travessia sobre o Tejo, entre Chelas, em Lisboa, e Barreiro, Setúbal, que deverá estar concluída até 2050, anunciou hoje o coordenador do grupo de trabalho.
Segundo Frederico Francisco, “a nova travessia do Tejo em Lisboa (Chelas - Barreiro)”, que já foi estudada no passado, vai permitir a “redução em, pelo menos, 30 minutos o acesso de Lisboa ao Alentejo e Algarve”.
O PFN tem como principais objetivos “passar de 4,6% para 20% de quota modal no transporte de passageiros”, “passar de 13% para 40% de quota modal no transporte de mercadorias”, “assegurar ligação com elevada qualidade de serviço aos 28 centros urbanos de relevância regional, que incluem todas as capitais de distrito, potenciando o seu desenvolvimento”.
Ainda que não estabeleça prazos, o PNF tem um horizonte indicativo de conclusão até 2050.
O PFN prevê ainda um novo acesso a Lisboa a partir de Torres Vedras, passando em Loures, que permitirá reduzir em cerca de 30 minutos o acesso da zona Oeste a Lisboa.
Segundo o coordenador do grupo de trabalho, este novo acesso a Lisboa “responde a uma dificuldade existente na Linha do Oeste”, onde os tempos de viagem para a capital “são demasiado grandes”, porque a linha “não permite velocidades elevadas” e porque está “altamente congestionada” na entrada da cidade.
O novo acesso da Linha do Oeste a Lisboa permite ainda “dar resposta a uma lacuna que existe na zona de Loures”, que permitiria colocar sta localidade a cerca de 10 ou 15 minutos do centro da capital, mas o acesso “terá de ser estudado”, explicou Frederico Francisco.
“Se se vier a fazer, a inserção em Lisboa terá de ser estudada. […] Colocamos sobre a mesa ligá-la à Ponte 25 de Abril. […] Criaríamos um novo eixo, atravessando Lisboa, intercetando todas as linhas de metro, […] mas também facilitando novos eixos de movimento dentro da área metropolitana”, explicou o responsável.