O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, disse esta quarta-feira que “não perdeu as esperanças no esforço de conversação” com os representantes dos camionistas, mas garantiu que “o Governo está preparado para o que vier a acontecer”.
“O Governo está especialmente empenhado em continuar a apelar às partes para ser possível encontrar soluções que não gerem situações que são penalizadoras para o país, para a economia do país, para o bem-estar das famílias e, creio eu, até para os trabalhadores deste setor. E o Governo está também empenhado em estar preparado para o que vier a acontecer”, disse Vieira da Silva.
Convidado a comentar se não teme que se repita o cenário de greve e de bloqueio de bombas de gasolina que se registou no início de abril, o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social apontou que “respeitará as decisões tomadas”, mas “não perdeu as esperanças” face à conversação.
“Não perdi de todo as esperanças, numa linha que foi seguida ao longo dos últimos meses, continuar este esforço de conversação", disse o governante que falava aos jornalistas em Vila Nova de Gaia, no distrito do Porto, à margem da inauguração das novas instalações do centro de formação da Salvador Caetano.
“O Governo respeitará as decisões que as partes tomarem desde que elas sejam, naturalmente, tomadas no âmbito restrito da lei e do Estado democrático, mas também utilizará todos os instrumentos que o Estado democrático tem ao seu dispor para salvaguardar interesses que são interesses maiores do país que é garantia do acesso aos serviços pela generalidade das famílias”, acrescentou.
Vieira da Silva apontou que, neste momento, em causa estão “divergências quanto a algo que acontecerá em 2021” porque, disse, “as condições negociadas para 2019 e para 2020 já chegaram a entendimento”, razão pela qual voltou a apelar ao consenso.
“Acho que os portugueses e portuguesas não compreenderiam que entrássemos numa zona de conflito com consequências complexas porque ainda não se atingiu um entendimento acerca do que se vai passar daqui a dois anos. Julgo que isso seria incompreensível”, referiu.