O PSD ultrapassou a linha vermelha ao aliar-se ao Chega, nos Açores, afirma o primeiro-ministro e líder do PS, António Costa.
“A Comissão Nacional do PS considera da maior gravidade o facto que constitui o PSD ter ultrapassado a linha vermelha de toda a direita europeia democrática ao celebrar um acordo com um partido de extrema-direita xenófoba", acusa António Costa, no final de uma reunião daquele órgão partidário socialista.
"O PSD afastou-se assim dos bons exemplos de Angela Merkel, na Alemanha, que recusou liminarmente qualquer acordo com a extrema-direita na formação de governos regionais ou, ainda mais recentemente, o do Partido Popular espanhol, de Pablo Casado, que se recusou a juntar à extrema-direita na votação de uma moção de censura”, declarou o primeiro-ministro.
António Costa considera que, “independentemente do que diga o acordo mantido secreto, o simples facto de ter havido um acordo entre um partido da direita democrática com a extrema-direita xenófoba é, em si próprio, da maior gravidade”.
"A normalização da extrema-direita xenófoba é abrir a porta aos inimigos da democracia e nunca esquecer que quem é xenófobo ofende o princípio basilar da igualdade de dignidade da pessoa humana", defende o primeiro-ministro e líder socialista, numa declaração no final da reunião da Comissão Nacional do partido.
O Chega, partido liderado por André Ventura, anunciou na sexta-feira um acordo com o PSD para viabilizar um governo social-democrata nos Açores.
O PSD já esclareceu que o entendimento com o Chega é só para a região autónoma e não é nacional.
Na rede social Twitter, o líder do PSD, Rui Rio, acusou os socialistas de mentirem. "O PS sabe que mente, quando inventa cedências do PSD a ideias do Chega em matéria de revisão constitucional; joga baixo e tenta baralhar os portugueses. Na verdade, a família socialista acha-se a legítima proprietária dos Açores, e, no seu desespero, perdeu a noção da decência", declarou.
O líder do PSD/Açores, José Manuel Bolieiro, foi indigitado este sábado presidente do Governo Regional pelo representante da República, Pedro Catarino, na sequência das eleições de 25 de outubro.
O anúncio foi feito por Pedro Catarino em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, no final do segundo dia de audições aos partidos com assento na nova Assembleia Legislativa Regional, que terá, pela primeira vez, oito forças políticas.