São necessários entre 50 mil a 100 mil novos trabalhadores imigrantes por ano na economia portuguesa, conclui o estudo Migrações e Direitos Humanos apresentado esta terça-feira pela UGT.
Em declarações à Renascença, o responsável pela investigação, Jorge Malheiros, diz que a necessidade de trabalhadores migrantes vai manter-se nas próximas décadas.
“A imigração está para continuar no contexto do mercado português, que tem um défice de mão de obra em muitos setores que é mais do que conjuntural e que se vai manter nesta década e na próxima, a não ser que haja uma alteração muito significativa ao nível das mudanças de produtividade por avanços na automação e na robótica ou na junção da robótica com a inteligência artificial”, refere o geógrafo especialista em migrações.
Jorge Malheiros considera “difícil” que por essa via haja uma “substituição muito significativa da mão de obra”.
“Num contexto de baixa natalidade e envelhecimento da população, Portugal vai inevitavelmente precisar de 50 mil a 100 mil trabalhadores regularmente ao longo do tempo”, sublinha o coordenador do estudo Migrações e Direitos Humanos.
A investigação é conhecida numa altura em que o Governo restringiu a entrada de imigrantes, com o fim da "declaração de interesse", e prepara-se para criar uma "via verde" para atribuição de vistos de trabalho a estrangeiros para colmatar a falta de mão de obra, nomeadamente para obras do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
Em declarações à Renascença, o secretário-geral da Confederação de Agricultores de Portugal (CAP), Luís Mira, olha com expetativa para o protocolo de cooperação apresentado pelo Governo às confederações patronais, esta segunda-feira, com o objetivo de agilizar a contratação de imigrantes.