O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, pediu esta quarta-feira aos aliados europeus para agirem em conjunto contra as violações de direitos humanos por parte da China.
Blinken aproveitou a visita à capital alemã para avisar os seus aliados europeus contra o uso do trabalho forçado a província chinesa de Xinjiang, onde a fabricante alemã de automóveis Volkswagen tem uma fábrica.
O chefe da diplomacia norte-americana também apelou à não exportação de "tecnologias ou produtos que possam ser usados para reprimir pessoas e privá-las dos seus direitos básicos".
Blinken elogiou a posição de "convergência" entre a Alemanha e os EUA sobre as atitudes da China, no que diz respeito aos desrespeitos pelos direitos humanos, mas pediu aos aliados europeus para serem "mais eficazes" na luta contra a estratégia de Pequim.
O secretário de Estado norte-americano reconheceu que todos os países têm "relações complexas com a China" quando se trata de questões como as alterações climáticas ou a concorrência na área económica.
Para Blinken, "todos seremos mais eficazes com a China se trabalharmos e agirmos juntos", pelo que apelou à unificação de posições entre os parceiros transatlânticos e à apresentação de uma frente comum para ter uma posição forte contra o gigante asiático.
O ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas, que saudou "o regresso" ao multilateralismo por parte dos EUA, na Presidência de Joe Biden, disse que há uma "estratégia conjunta" no Ocidente em relação à China, o que ficou claro nas sanções coordenadas dos Estados Unidos, da União Europeia e do Canadá contra Pequim, por violações dos direitos humanos contra a minoria uigur na província de Xinjiang, no noroeste da China.
Blinken, que defendeu a preservação da ordem internacional, sublinhou que "o desafio comum" para as democracias ocidentais é a "necessidade" de demonstrar que podem alcançar resultados para seus cidadãos e para o mundo.
Anthony Blinken está em Berlim para participar na segunda conferência internacional sobre a Líbia organizada pela Alemanha para ajudar a estabilizar o país do norte da África após uma década de crise.
O secretário de Estado norte-americano também deve encontrar-se esta tarde com a chanceler alemã, Angela Merkel, para preparar, entre outros assuntos, a visita da chefe de Governo a Washington, em meados do próximo mês, quando se encontrará com o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.