Onde é que há médicos de família disponíveis? Informação vai passar a estar disponível online no início de dezembro, como explicou o coordenador nacional da reforma dos cuidados de saúde primários.
Trata-se de uma medida de transparência, mas que não visa resolver o problema da falta destes profissionais.
“O que o Ministério da Saúde está a desenvolver é uma plataforma muito simples que pretende dar mais informação ao cidadão. Nomeadamente, se aquele centro de saúde ou outro ainda tem médicos de família, ou enfermeiros, com listas abertas, permitindo assim poder optar, se for a vontade do cidadão. Agora, aqui estamos a falar de transparência, de informação que já deveria até estar disponibilizada”, explica João Rodrigues.
Caso o utente queira realizar a inscrição noutro centro os cuidados são os mesmos, menos os domiciliários, devido às distâncias que possam existir.
“Neste momento, pode-se inscrever onde bem entender mas esta não significa ter médico de família, significa pertencer àquele centro de saúde com um número do Serviço Nacional de Saúde. Vai estar numa lista de espera para que possa ser inscrito quando houver vaga numa unidade de saúde familiar ou numa unidade de cuidados de saúde personalizados, que são um serviço dentro do centro de saúde.”
O coordenador nacional aponta ainda razões pelas quais os utentes podem optar por não mudar de centro de saúde. “A inscrição fora do seu local de residência, que já acontece hoje em muitas situações, por opção própria, por relações com profissionais, por questões de continuidade de cuidados - imagine que eu moro numa freguesia e mudo-me para outra, mas tenho uma boa relação com a minha equipa de saúde familiar, não vou à partida mudar de local.”
Já em relação à falta de médicos, João Rodrigues adianta que esta não é a forma de resolver o problema.
“Temos aproximadamente um milhão de residentes sem médico de família, nomeadamente em Lisboa e Vale do Tejo. Isto tem a ver com transparência, tem a ver com o objetivo de dar mais informação ao cidadão.”
“Não pretende colmatar a questão de fundo, essa só se irá colmatar com mais médicos de família, com mais condições de trabalho para que os médicos de família fiquem no Serviço Nacional de Saúde, essa é outra questão”, acrescenta.