O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, anunciou esta segunda-feira que, após 13 anos no poder, vai abandonar a vida política após o seu Governo de coligação ter colapsado na sexta-feira.
Conhecido como "Teflon Mark", Rutte é um dos líderes europeus há mais tempo no poder e está agora à frente de um Governo interino até às eleições gerais antecipadas para novembro nos Países Baixos.
Num discurso esta manhã no Parlamento, o chefe do executivo anunciou que não pretende candidatar-se um quinto mandato e que, após a ida às urnas, vai mesmo abandonar a política.
"Assim que o novo Governo tomar posse após as eleições, irei abandonar a política", disse Rutte, acrescentando que já informou o seu partido e os líderes parlamentares. "Esta é uma decisão pessoal que nada tem a ver com os acontecimentos das últimas semanas", garantiu.
O anúncio surge antes de os deputados votarem hoje uma moção de censura apresentada pela oposição para derrubar o Governo de Rutte.
A queda da coligação governamental liderada por Rutte e o seu partido conservador VVD, há um ano e meio no poder, período marcado por grandes cisões entre os quatro partidos envolvidos quanto a questões migratórias.
O VVD quer limitar o fluxo de requerentes de asilo para os Países Baixos, na sequência de querelas políticas por causa de centros de migrantes sobrelotados no país. Os restantes parceiros da coligação opõem-se a esta medida.
A moção de censura que vai hoje a votos foi apresentada por dois partidos de esquerda e pelo partido de extrema-direita do islamofóbico Geert Wilders. Para passar, precisa do apoio de pelo menos um dos partidos da coligação que Rutte lidera.