O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, diz estar extremamente preocupado com as informações de que a gestão da central nuclear de Zaporzíjia está agora sob as ordens do comandante das forças russas.
Segundo a BBC, Grossi diz que isto contraria "um dos sete pilares indispensáveis da segurança nuclear", que diz que "o pessoal operacional deve ser capaz de cumprir os seus deveres de segurança e proteção e ter a capacidade de tomar decisões livres de pressões indevidas".
Diz também que o facto de algumas redes móveis e a Internet terem sido desligadas pelo exército russo, dificultando as comunicações entre o regulador ucraniano e o pessoal, viola "outro dos sete pilares indispensáveis" - que diz que "têm de haver comunicações fiáveis com o regulador e outros".
"O exército russo está a disparar de todos os lados contra a central nuclear de Zaporíjia, a maior central nuclear da Europa. O fogo já começou. Se explodir, será 10 vezes maior do que Chernobyl! Os russos devem cessar imediatamente o fogo, permitir a entrada dos bombeiros e estabelecer uma zona de segurança!", leu-se, na altura, numa mensagem partilhada pelo ministro ucraniano Dmytro Kuleba, na rede social Twitter.
A Inspeção Geral de Regulação Nuclear da Ucrânia confirma que houve invasão russa de algumas zonas da central, na última quinta-feira. Já foram inspecionadas as unidades de produção de energia e confirma-se que estão a funcionar em segurança e de acordo com os regulamentos.
A cidade de Energodar com cerca de 150 mil habitantes ficou sem aquecimento durante a noite devido a estes combates.
A Agência Internacional de Energia Atómica garante que o incêndio não danificou equipamento essencial e que a central não sofreu qualquer dano "crítico". Os níveis de radiação permaneceram inalterados.
O ataque à central de Zaporíjia, na zona sul da Ucrânia, terá provocado três mortos e dois feridos, segundo o último balanço.