Propostas de João Costa? “Se não fosse tão dramático daria vontade de rir”
19-01-2023 - 11:51
 • Isabel Pacheco

Não há aulas, esta quinta-feira, na escola básica 2/3 de Lamaçães, em Braga. Apenas um dos 70 docentes compareceu ao serviço. Os outros 69 comentavam, esta manhã, as propostas avançadas pelo ministro da Educação.

Rosália Camarinha, professora há 29 anos, foi uma das docentes que se juntou, esta quinta-feira, à concentração à porta da escola Básica de Lamaçães, em Braga. Com vários cartazes dependurados pelo corpo, a bracarense pedia mais “justiça, dignidade e segurança” para a carreira docente.

Sobre as propostas avançadas pelo ministro João Costa, Rosália garantiu que “não é nada” e deu o exemplo das quotas da carreira: ”Se não fosse tão dramático, daria vontade de rir."

“Até ao fim da legislatura 75% dos professores passam para o 5º escalão? E 58% para o 7º escalão? E o senhor ministro apresentou como são calculadas essas quotas?”, questionou.

Já para a professora Anabela Lopes, o ministro da Educação fugiu a muitas das questões reivindicadas pela classe. “Agarrou-se apenas a uma que é o “andar com a casa às costas”, mas, depois, faltam muitas coisas”, apontou a docente de educação física. O “tempo de serviço nem sequer está na mesa de negociação”, lamentou.

A paralisação, que mobilizou 69 dos 70 professores da escola básica de Lamaçães, contou com a compreensão de parte dos encarregados de educação.

À porta da escola, Mário Ferreira, pai de dois menores, dizia-se “solidário” com a luta dos docentes.

“O governo devia olhar mais pelos professores porque esta nova geração, como a do meu filho, é o futuro do nosso país”, apontou o encarregado de educação.

Esta opinião é partilhada por Márcio Dantas, que, enquanto pai, diz esperar “uma medida decente do governo” porque “a coisa mais importante numa nação é a educação”.

“Acredito que os professores têm agora um bom momento para conseguirem o que pretendem. Se houver um momento, o momento é este."

Depois de Braga, a greve que se prolonga até 8 de fevereiro segue para Bragança. O protesto por distritos, convocado pela Fenprof, decorre em paralelo com outras duas paralisações promovidas pelo Sindicato de todos os Profissionais de Educação (STOP) e pelo Sindicato Independente de professores e Educadores (SIPE).