Rosália Camarinha, professora há 29 anos, foi uma das docentes que se juntou, esta quinta-feira, à concentração à porta da escola Básica de Lamaçães, em Braga. Com vários cartazes dependurados pelo corpo, a bracarense pedia mais “justiça, dignidade e segurança” para a carreira docente.
Sobre as propostas avançadas pelo ministro João Costa, Rosália garantiu que “não é nada” e deu o exemplo das quotas da carreira: ”Se não fosse tão dramático, daria vontade de rir."
“Até ao fim da legislatura 75% dos professores passam para o 5º escalão? E 58% para o 7º escalão? E o senhor ministro apresentou como são calculadas essas quotas?”, questionou.
Já para a professora Anabela Lopes, o ministro da Educação fugiu a muitas das questões reivindicadas pela classe. “Agarrou-se apenas a uma que é o “andar com a casa às costas”, mas, depois, faltam muitas coisas”, apontou a docente de educação física. O “tempo de serviço nem sequer está na mesa de negociação”, lamentou.
A paralisação, que mobilizou 69 dos 70 professores da escola básica de Lamaçães, contou com a compreensão de parte dos encarregados de educação.
À porta da escola, Mário Ferreira, pai de dois menores, dizia-se “solidário” com a luta dos docentes.
“O governo devia olhar mais pelos professores porque esta nova geração, como a do meu filho, é o futuro do nosso país”, apontou o encarregado de educação.
Esta opinião é partilhada por Márcio Dantas, que, enquanto pai, diz esperar “uma medida decente do governo” porque “a coisa mais importante numa nação é a educação”.
“Acredito que os professores têm agora um bom momento para conseguirem o que pretendem. Se houver um momento, o momento é este."
Depois de Braga, a greve que se prolonga até 8 de fevereiro segue para Bragança. O protesto por distritos, convocado pela Fenprof, decorre em paralelo com outras duas paralisações promovidas pelo Sindicato de todos os Profissionais de Educação (STOP) e pelo Sindicato Independente de professores e Educadores (SIPE).