Ministro da Defesa diz que "não faz sentido nenhum" demitir-se devido ao caso de Tancos
04-10-2018 - 10:07

"O CDS pede a minha demissão desde 3 de julho de 2017", diz Azeredo Lopes.

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, considera que o pedido de demissão do CDS “não faz sentido nenhum” e constituiu “uma espécie de 'bullying' político”, mas disse encarar “com normalidade” a constituição de uma comissão de inquérito sobre Tancos.

“Neste caso, já tenho um bocadinho a pele dura, porque o CDS pede a minha demissão desde 3 de julho de 2017. Ao fim de um ano, três meses e dois dias, já criei alguma resistência. Sem querer fazer ironia, acho que não faz sentido nenhum. Se tivesse sentido, obviamente já teria apresentado a minha demissão, não tenho apego a cargos que não me leve a ter a lucidez de analisar o que faço”, declarou o ministro, esta quinta-feira, em Bruxelas.

Azeredo Lopes pronunciava-se, à margem da reunião dos ministros da Defesa da NATO em Bruxelas, sobre a proposta de comissão parlamentar de inquérito ao furto de armas em Tancos para apurar responsabilidades políticas do Governo, quem falhou e por que falharam as medidas de segurança, com os centristas a defenderem também a demissão do ministro.

“Que fique muito claro: aquilo que o CDS pede, pede legitimamente. É um partido político, está a fazer oposição, considera que eu devo demitir-me, por isso encaro isso sem quaisquer 'hard feelings', sem críticas pessoais, embora às vezes até pareça uma espécie de 'bullying' político”, observou, acrescentando encarar “com toda a normalidade” a constituição de uma comissão de inquérito.