Paulo Rangel considera que o acordo sobre o novo gasoduto ibérico prejudica o interesse nacional.
Em declarações à imprensa, este sábado, o vice-presidente do PSD criticou o novo projeto, que pretende completar a interconexão entre Portugal e Espanha, entre Celorico da Beira e Zamora, avançando depois entre Barcelona e Marselha por via marítima:
“Trocámos o valor das nossas renováveis e o potencial do porto de Sines por um prato de lentilhas.”
“Na eletricidade, ganhou a França e o nuclear. Perdeu Portugal e as renováveis. No gás, ganhou a Espanha e o porto de Barcelona. Perdeu Portugal e o porto de Sines”, acrescentou Paulo Rangel.
O dirigente do PSD considera que, com a queda “dos compromissos internacionais firmes e calendarizados desde 2014”, o terminal de Sines ficou secundarizado e se perderam duas interligações elétricas que eram "mais importantes” para o país, referindo-se à interligação pelos Pirenéus que deixa de existir.
“Fica assim em causa o objetivo nacional, tantas vezes repetido pelo governo de António Costa, de fazer do Porto de Sines a ‘porta de entrada’ do GNL [gás natural liquefeito] na Europa”, disse Rangel.
O PSD exigiu, ainda, “uma divulgação detalhada dos termos do acordo e uma avaliação técnica e independente das suas consequências”.
“Temos mesmo de conhecer o acordo, que ninguém sabe onde foi feito, por quem e sequer se está assinado”, afirmou Rangel.
“Há perguntas essenciais por responder. Quanto vai custar este projeto a Portugal – quando anterior tinha todo o financiamento previsto e garantido? Quanto vai custar? Quem vai pagar? Não vai ele aumentar a fatura da energia dos portugueses? Quanto tempo vai demorar?", aditou.
Paulo Rangel criticou, também, o gasoduto marítimo para transportar hidrogénio verde.
“Para lá questão das condições de produção, para integrar Portugal no ‘Corredor de Energia Verde’ não basta a ligação Celorico da Beira-Zamora, aliás reprovada no teste ambiental; é preciso adaptar toda a rede”, afirmou. “Nada se sabe sobre isto”, rematou.