A presença de adeptos nas bancadas do Estádio do Dragão na final da Liga dos Campeões é motivo para críticas, por parte da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto. Em entrevista a Bola Branca, Martha Gens lamenta a discriminação de que os adeptos portugueses estão a ser alvo, comparativamente com os estrangeiros, onde tudo lhe é permitido.
"Nós estamos chocados com a disparidade de tratamentos que é oferecida aos adeptos portugueses, e que é oferecida aos adeptos estrangeiros. Porque lhe foi permitido em Portugal ver um jogo de futebol, algo que não é permitido aos adeptos portugueses há muito tempo, apesar de terem havido vários testes. As entidades governamentais continuam a não se entenderem relativamente e este tema. E mais gravoso do que isso foi a disparidade de comportamentos que vimos das autoridades policiais, perante acontecimentos que ocorreram durante o jogo da Liga dos Campeões e, por exemplo, as medidas de segurança que foram tomadas durante os jogos do Campeonato de Portugal. Não faz sentido nenhum, o que nos leva a concluir que em Portugal o adepto é visto como mero acessório de um evento desportivo", lamenta.
Sobre a possibilidade do regresso dos adeptos portugueses aos estádios logo no inicio do campeonato, a presidente da Associação Portuguesa de Defesa do Adepto mostra-se céptica, apesar de considerar que o Governo não deveria impedir o regresso do público, depois do que aconteceu no Porto durante a final da Liga dos Campeões.
"Eticamente o Governo não teria condições para impedir o regresso dos adeptos, mas não temos grande expetativa. Gostávamos que isso acontece há muito tempo e não só por este episódio. Gostava de dizer que os adeptos pudessem estar no regresso do campeonato, mas não temos certezas nenhumas", conclui.