Portugal está cada vez mais na rota de quem procura novas condições de vida, quer por via dos programas de acolhimento da ONU e da União Europeia, quer por iniciativa dos próprios imigrantes. No ano passado, foram 1.448 os estrangeiros que pediram ajuda ao nosso país.
Os dados provisórios, cedidos à Renascença pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e comunicados ao Eurostat, mostram que a esmagadora maioria desses pedidos continua a acontecer de forma espontânea, geralmente logo à chegada a um aeroporto nacional. Foi o que aconteceu com Ben (nome fictício), um refugiado que chegou a Portugal em 2013 e que contou à Renascença a sua história de sobrevivência. Ouça o seu testemunho, na primeira pessoa.
Em 2018 registaram-se 1.270 pedidos diretamente às autoridades nacionais, o que constituiu um aumento de 20.5% face ao ano de 2017.
Só em 1993 é que o valor de pedidos de asilo foi mais alto do que o que foi registado no último ano. Angola, Ucrânia, Guiné-Conacri, Guiné Bissau, e Venezuela foram os países de origem com mais pedidos feitos a Portugal.
Para além do asilo – que pode ou não ser aceite depois de analisado pelas autoridades nacionais - chegaram ainda ao país 178 refugiados – já com esse estatuto internacional atribuído.
Do total, 64 são oriundos do Egito e vieram enquadrados num processo de reinstalação gerido pelas Nações Unidas, 28 ainda ao abrigo do processo europeu de recolocação – foram os últimos a chegar no âmbito desse processo, que acabou há cerca de um ano – e ainda 86 que integravam grupos de pessoas recolhidas por barcos humanitários em pleno Mar Mediterrâneo.
No primeiro caso, os que vieram de campos de refugiados do Egito são maioritariamente do Sudão do Sul e da Síria. Compõem, para já, apenas uma pequena parte dos 1.010 que deverão chegar até ao final deste ano.
Os que já chegaram ao país estão a cargo da Cruz Vermelha e do Conselho Português para os Refugiados, em localidades como Elvas, Gondomar, Lisboa, São João da Madeira, Olhão, Vila Viçosa, Coimbra, Proença-a-Nova e Alvito.
Muito semelhantes são os dados relativos às 28 pessoas que chegaram no final do processo europeu de recolocação, com a diferença de que estas vieram de Centros de Acolhimento em Itália.
Por último, e no que toca aos refugiados resgatados por navios humanitários – como o Lifeline, o Aquarius, e o Sea Watch, e deixados depois em portos marítimos de Malta, de Itália e Espanha – Portugal foi oferecendo ajuda caso a caso, sendo que, em 2018, chegaram ao país 86 dessas pessoas.
Estas são as contas de 2018, mas entretanto, já durante os primeiros 3 meses deste ano, chegaram a Portugal mais algumas dezenas de refugiados: 63 vindos dos campos de refugiados do Egito e 20 que foram resgatados por barcos humanitários.