A menos que surja uma nova variante da Covid-19, que provoque doença mais grave, a partir de agora a vacina será dada apenas aos mais idosos, doentes de risco e grávidas.
“Se não aparecer nenhuma variante vamos manter a vacinação. Estamos a acabar a vacinação nos lares e atingimos os 40% dos idosos - com mais de 80 anos - e estamos com boas expetativas”, avança Graça Freitas à Renascença, realçando que a atual linhagem da ómicron já mostrou que escapa à vacina, por isso, a estratégia é proteger os mais vulneráveis.
“Neste momento, sabemos que a vacina não é preventiva em relação à transmissão da infeção, porque esta variante é completamente diferente e muito mais invasiva e rápida na sua transmissão, escapando ao sistema imunitário. Mas, a vacina e as doses de reforço protegem contra doença grave, contra internamento e contra morte”, lembra.
A diretora-geral da Saúde sublinha ainda que “as pessoas mais velhas, as pessoas mais doentes são exatamente aquelas que têm uma evolução pior da sua doença, um pior prognóstico”, adiantando que a estratégia é de “proteção dos vulneráveis porque sabemos que vacinar em massa a população não altera muito a dinâmica de transmissão da variante BA-5 da ómicron”.
Conselhos para os Santos Populares
Com as festas dos Santos Populares à porta, a responsável alerta para o facto de estarem reunidas “boas condições para a propagação de um vírus, que tem uma variante com grande capacidade de se transmitir”.
"O momento dos Santos vai ser muito propenso à infeção." Sublinha que estes eventos “são momentos de descontração” e significam “grande mobilidade”, proporcionando grandes aglomerados de pessoas. Assim, para minimizar riscos é recomendado o uso de máscara e tentar manter alguma distância.
Graça Freitas diz que nos dias seguintes, as pessoas devem estar atentas a sintomas, pois o objetivo de minimizar uma eventual transmissão.
“Nos dias seguintes às festas as
pessoas devem estar atentas as duas coisas: se souberem que estiveram um
contacto com alguém doente e se lhes aparecerem sintomas, para não continuarem
a propagar a doença,
devem isolar-se rapidamente e devem fazer um autoteste. E
se esse teste der positivo telefonarão para a ligar para a Linha Saúde 24 e
farão um teste rápido antigénios e assim, pelo menos minimizam a eventual
transmissão a outras pessoas”, diz Graça Freitas.
Na visita aos doentes ou aos idosos,
como medida de proteção, a diretora-geral da Saúde aconselha ao uso de máscara
e à manutenção das devidas distâncias.
A diretora-Geral da Saúde lembra que o lema é “proteger, proteger, proteger”.
De acordo com o último balanço do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a média de infeções diminuiu ligeiramente para os 25.042 casos diários em Portugal e o índice de transmissibilidade (Rt) do vírus que provoca a covid-19 está agora abaixo do limiar de 1.
A taxa de incidência acumulada a 14 dias é de 3.294,5 a nível nacional e de 3.279,5 no continente, refere ainda o relatório do instituto.
Na quarta-feira, foi avançado que o plano de vacinação outono/inverno para 2022/23 contra a Covid-19 e gripe arranca a 5 de setembro. As vacinas vão ser administradas em conjunto e já estarão adaptadas à variante ómicron.
Receberão vacina no arranque da campanha os maiores de 65 anos, pessoas com mais de 18 anos com doenças graves, profissionais de saúde e utentes de lares e cuidados continuados.