O primeiro-ministro português recebe, esta sexta-feira, em Lisboa ,o Presidente francês e o chefe do Governo espanhol, numa cimeira sobre interconexões energéticas que visa consolidar um roteiro comum para uma nova política de energia.
O objetivo do encontro Costa/Sanchéz/Macron é ligar a Península Ibérica ao resto da Europa, no que diz respeito às redes energéticas.
Atualmente, a Península é uma espécie de ilha no que toca às exportações e importações de eletricidade, dada a dificuldade em transpor os Pirinéus, também devido a questões ambientais. O "dossier" arrasta-se há vários anos, a ponto de o anterior governo ter chegado a ameaçar com o poder de veto num Conselho Europeu para que ficassem definidas metas para as ditas interligações energéticas.
As interligações energéticas são linhas de alta tensão ou gasodutos que permitem transmitir eletricidade ou gás entre redes de dois países, criando condições para a troca comercial de energia.
O secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, considera que é “um dia histórico”. “Vai ser assinado o financiamento da interligação ao largo do golfo da Biscaia, entre Espanha e França, com financiamento comunitário, que vai permitir aumentar a capacidade de interligação entre a Península Ibérica e França para os 10%”, constata em entrevista nas Manhãs da Renascença.
As novas interligações vão permitir que Portugal exporte mais energias renovável e, ao mesmo tempo, possa importar eletricidade, quando esta for mais barata no centro da Europa “e, com isso, condicionar os preços em Portugal”, explica o secretário de Estado.
Quando vamos ter energia mais barata?
"Todos sabemos que os preços da energia não têm exclusivamente a ver com o que se passa no nosso país, desde logo na questão do petróleo”, argumenta Jorge Seguro Sanches, lembrando que “ao fim de 18 anos, pela primeira vez este ano baixou o preço da eletricidade”. “Isso significa que temos conseguido cortar rendas significativas ao nível do mercado interno”, acrescenta.
Com a interligação do golfo da Biscaia - que deve estar concluída em 2024 - “vamos conseguir que o mercado funcione melhor e ter preços de eletricidade mais baratos”, diz o secretário de Estado da Energia. “É uma questão de bom funcionamento do mercado para que isso aconteça”, conclui.
Além de António Costa, Pedro Sánchez e Emmanuel Macron, participam nesta segunda Cimeira para as Interligações Energéticas o comissário europeu para a Ação Climática e Energia, Miguel Arias Cañete, e a vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI), Emma Navarro.