Jihadista portuguesa condenada a quatro anos e meio de prisão
18-02-2022 - 13:16
 • Marta Grosso

O julgamento de Ângela Barreto, 26 anos, decorre em Roterdão, nos Países Baixos, de onde a portuguesa fugiu para a Síria, quando tinha 18 anos. Foi casada com três figuras de topo da organização terrorista.

Ângela Barreto foi condenada nesta sexta-feira a quatro anos e meio de prisão efetiva pelo tribunal holandês de Roterdão, que a considerou culpada por participar na organização terrorista Estado Islâmico e preparar crimes terroristas.

Segundo o jornal "De Telegraaf" esta é a sentença mais alta alguma vez aplicada nos Países Baixos a uma mulher que fugiu para se casar com um combatente do Estado Islâmico (ISIS).

Mas o Ministério Público tinha pedido seis anos de cadeia, alegando que Ângela Barreto “era uma verdadeira mulher do Estado Islâmico” e nunca se arrependeu de aderir ao movimento terrorista.

“Viajou para apoiar a luta armada na Síria e permaneceu até ao último suspiro do califado”, refere o texto da acusação, indicando ainda que a luso-holandesa “contribuiu para a morte de muitas vítimas que foram brutalmente assassinadas”.

Hoje com 26 anos, Ângela Barreto fugiu dos Países Baixos para a Síria quando tinha apenas 18 e foi casada com três figuras de topo da organização terrorista, incluindo os portugueses Fábio Poças e Nero Saraiva, que morreram em combate.

Terá sido uma das principais responsáveis pela adesão de jovens neerlandesas à organização terrorista.

No início do julgamento, Ângela Barreto afirmou que juntar-se ao grupo “foi o pior erro da minha vida”, mas o tribunal mostrou-se pouco recetivo a esta versão, até, porque, segundo o tribunal, a mulher realizou várias pesquisas online sobre jihad.