Cerca de 500 pessoas foram intercetadas pela guarda costeira da Líbia em águas do Mediterrâneo e regressaram ao país, apesar de este não ser considerado seguro, afirmou hoje a Organização Internacional para as Migrações (OIM).
Entre os intercetados nas últimas 24 horas estavam passageiros de um barco pneumático com 122 pessoas a bordo que na sexta-feira fizeram um pedido de socorro, quando a embarcação, que tinha saído horas antes de uma praia no nordeste da Líbia, começava a afundar.
Numa embarcação que partiu de outra zona da costa líbia viajavam 173 pessoas que também regressaram ao país.
Equipas da OIM prestaram auxílio e assistência médica aos migrantes no momento do desembarque, antes de seguirem para centros de detenção no norte da Líbia, que, segundo organizações humanitárias, são dirigidos por milícias e na maioria dos casos não cumprem os requisitos humanitários mínimos.
A OIM continua a considerar que "a Líbia não é um porto seguro" e insiste em pedir que "se ponha fim a este sistema e se procurem alternativas que garantam a segurança das pessoas", segundo a porta-voz da organização para a Líbia, Safa Msehli.
Segundo os últimos dados da OIM, mais de 4.500 pessoas foram intercetadas e detidas nos primeiros três meses de 2021 pela guarda costeira líbia, um corpo que está sob suspeita de várias organizações humanitárias internacionais devido a alegadas ligações aos grupos que se dedicam ao tráfico de pessoas na rota do Mediterrâneo Central, considerada das mais mortíferas do mundo.
Outras 73 pessoas morreram em naufrágios de embarcações precárias e 159 estão desaparecidos.
Em 2020, foram registados 381 mortos e houve 595 desaparecidos.