O ministro do Ambiente e da Transição Energética garantiu esta segunda-feira que os utentes vão ter transportes públicos em número suficiente com a criação do passe único já em abril, salientando não estar preocupado com o aumento da procura.
“Estamos a cuidar do reforço da oferta em todo o país, particularmente nas empresas que dependem de nós", começou por explicar aos jornalistas João Pedro Matos Fernandes. "No dia 1 de abril, sendo necessário para fazer o serviço ideal da Soflusa seis navios, vão estar sete disponíveis, sendo necessário sete da Transtejo, vão estar nove disponíveis.”
Segundo o ministro, no caso do Metropolitano de Lisboa, “daquelas que foram outrora 30 unidades triplas paradas [nos estaleiros para manutenção], agora estão duas”, disse, frisando que, “neste momento", está tudo preparado para responder "a uma nova procura", que se pretende que "cresça".
“Temos tido uma razão de crescimento anual entre 4 e 5% por cento nos últimos três anos. A expectativa para 2019 é que a procura pelos transportes públicos aumente 10%”, frisou o governante.
Quando questionado sobre a aquisição das novas 10 embarcações para a Transtejo, prevendo-se a entrega de três navios só em 2021, estando todos operacionais em 2024, Matos Fernandes afirmou que existe sempre um prazo, embora se trate de “uma medida urgente”.
“Quando se encomenda um barco eles demoram um ano a serem construídos, não existem. Tem de haver um concurso. A decisão não deixa de ser urgente, mas há um prazo”, retorquiu.
Durante o seu discurso na cerimónia pública de assinatura dos contratos para os novos tarifários de transportes nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, em que se inclui a criação de um passe único nos 18 concelhos da AML, Matos Fernandes sublinhou a importância de “melhorar as condições de mobilidade quotidiana no país, particularmente nas grandes cidades”, além de descarbonizar os transportes e, “por essa via, descarbonizar Portugal”.
Matos Fernandes lembrou ainda que a diminuição do preço dos passes dos transportes públicos vai “libertar o rendimento das famílias”.
O novo passe único terminará com as centenas de títulos combinados que existem atualmente para a utilização dos transportes coletivos e vai ter apenas duas configurações: o Navegante Municipal custará 30 euros, permitindo viagens dentro de cada concelho, e o Navegante Metropolitano custará 40 euros, permitindo deslocações nos meios de transporte públicos em toda a área metropolitana.
Com o novo passe, as crianças podem viajar gratuitamente em toda a AML até ao último dia dos seus 12 anos, o que atualmente só acontecia no concelho de Lisboa. Serão mantidos os descontos para estudantes, reformados e carenciados.
O novo passe, que poderá ser carregado a partir de 26 de março, é mensal (válido por um mês, a partir do seu primeiro dia).
No período transitório da implementação do novo sistema tarifário metropolitano, os transportes na Área Metropolitana de Lisboa vão ter no mês de abril um passe com o preço de 10 euros e validade de sete dias para quem seja detentor do passe deslizante [devido à configuração anterior os passes tinham validade de 30 dias não sendo de validade mensal].