Preocupado com a violência na Terra Santa, o Papa apelou este domingo à paz na Terra Santa.
“A espiral de morte que aumenta de dia para dia não faz mais do que fechar as poucas espirais de confiança que existem entre os dois povos.”, afirmou Francisco, no final do Ângelus.
“Deixo um apelo aos dois governos e à
comunidade internacional, para que se encontrem, de imediato e sem adiamento,
outras vias que incluam o diálogo e a busca sincera da paz”, reforçou.
Também no final da oração do Angelus, Francisco pediu orações pela sua próxima viagem pastoral, com início já na próxima terça-feira, à República Democrática do Congo e à República do Sudão do Sul.
O Papa agradeceu o convite feito pelas autoridades e bispos dois dois países e saudou, especialmente, as populações cujas terras “são atingidas por longas provações: a República Democrática do Congo, sobretudo no leste do país, pelos confrontos armados e pela exploração abusiva, enquanto o Sudão do Sul, dilacerado por anos de guerra, não vê a hora de pôr fim às contínuas violências que obrigam tanta gente a viver deslocada, em condição de grande instabilidade”.
Francisco sublinhou, sobretudo, a dimensão ecuménica da última etapa da viagem: “No Sudão do Sul, chegarei juntamente com o arcebispo de Cantuária e Moderador da Assembleia Geral da Igreja da Escócia. Viveremos, assim, juntos como irmãos, uma peregrinação ecuménica de paz."
Contra a mentalidade do desperdício
Antes da benção do Angelus, o Papa reflectiu hoje sobre a importância de “não desperdiçar”, porque “infelizmente, este princípio é frequentemente desconsiderado, especialmente nas sociedades mais afluentes, onde a cultura do desperdício e do descarte dominam”.
Contra a mentalidade do desperdício, Francisco deixou três desafios.
O primeiro desafio é “não desperdiçar o dom que somos”, porque cada um "é rico não apenas de talentos, mas de dignidade, é amado por Deus, é valioso, é precioso”, ou seja, “não pelo que temos, mas pelo que somos”. O segundo, é “não desperdiçar os dons que temos”. Francisco denuncia que,“no mundo, todos os anos é desperdiçado cerca de um terço da produção total de alimentos, enquanto muitos morrem de fome!” O Papa denuncia que “os recursos da criação não podem ser usados desta maneira; os bens devem ser conservados e partilhados, para que não falte a ninguém o que é necessário". E, para não desperdiçar o que temos, é preciso difundir “uma ecologia da justiça e da caridade”
Por fim, “não descartar as pessoas” é o terceiro desafio. E para explicar o escândalo da cultura do “usa e deita fora” Francisco acrescenta: “Uso-te enquanto preciso, quando não me interessas mais ou és um obstáculo, deito-te fora.”
o Papa lembra que é assim que são tratados, especialmente, os mais frágeis: as crianças por nascer, os idosos, os necessitados e os desfavorecidos. “Mas as pessoas não podem ser deitadas fora, nunca! Cada um é um dom sagrado e único, em todas as idades e em todas as condições. Respeitemos e promovamos sempre a vida!”, pediu o Santo Padre.