O PCP vai apresentar um projeto de resolução para rejeitar o programa de estabilidade apresentado pelo Governo.
A decisão foi tomada pelo Comité Central do partido e anunciada pelo secretário-geral, Paulo Raimundo.
Em conferência de imprensa, Raimundo revelou ainda que os comunistas vão questionar o Governo sobre quanto vai ser o benefício fiscal atribuído aos “grandes grupos económicos”.
“Aquilo que importa hoje saber, e vamos confrontar o Governo com esta questão, é qual é o valor para o qual o Governo está a criar condições para que seja transferido para os bolsos das grandes empresas por via destes instrumentos, quer via IRC, quer da derrama, quer outros”, disse.
Numa alusão à polémica em torno do valor da descida do IRS, Raimundo acrescentou que “os números do IRS já percebemos que falham, os números para a maioria daqueles que cá vivem e trabalham no nosso país já percebemos que falham, mas para as grandes empresas certamente não falharão”.
Sobre aumentos salariais para professores, polícias e outras carreiras da Administração Pública, Paulo Raimundo voltou a defender que há condições para fazer essa atualização sem orçamento retificativo e mostrou-se pouco confiante que este documento venha a ser apresentado pelo executivo de Luis Montenegro….
No entanto, se tal acontecer, Raimundo admite que podem estar alinhados.
“Não faltaremos a nada que seja positivo e estaremos contra tudo o que seja negativo. Era bom que nos confrontassem com este problema, desde que ele não venha cheio de alçapões”, advertiu.
O PCP agendou ainda um congresso para os dias 13, 14 e 15 dezembro deste ano, em local ainda a decidir, naquele que será o primeiro congresso do PCP liderado por Paulo Raimundo enquanto secretário-geral.