Reformados saem esta terça-feira à rua em protesto contra o aumento do custo de vida.
São esperadas centenas de pessoas em manifestações marcadas para 18 cidades, entre as quais Lisboa, Porto, Almada, Setúbal, Aveiro, Coimbra, Braga e Évora.
As concentrações são organizadas pelo MURPI - Confederação Nacional de Reformados, Pensionistas e Idosos, entidade que reclama a atualização em 60 euros de todas as reformas e "a necessidade imperiosa de um cabaz de bens essenciais com preços fixos", segundo explica a presidente, Isabel Gomes.
"Apesar da meia reforma que foi dada em outubro e mais uns 'pós' aqui e ali, nada resolve a situação dos reformados, quando os preços dos bens essenciais sobem todos os dias", diz a dirigente à Renascença. "Por isso, os reformados estão numa situação muito complicada", reforça.
Para os reformados que esta terça-feira saem à rua, uma decisão semelhante à do Governo espanhol, de eliminar o IVA nestes bens essenciais, seria positiva, mas não suficiente, uma vez que "o grande comércio poderia continuar a subir os preços".
Uma petição no sentido de fixar um teto máximo para os preços de alguns produtos essenciais já seguiu para a Assembleia da República, mas o Governo e o Parlamento "ainda não deram qualquer sinal de estarem de acordo".
Pais procuram refúgio na casa dos filhos
A presidente do MURPI diz, ainda, que são crescentes os sinais de pobreza entre os reformados, que têm cada vez mais dificuldade em pagar os medicamentos ou o aquecimento das próprias casas.
Isabel Gomes conta que, depois de serem os filhos a regressarem a casa dos pais, "agora são os pais que voltam a casa dos filhos". Na busca por um lar mais barato, "acabam por ceder as casas e tentam encontrar um quarto".
"Há muitos idosos a tentarem apenas um quarto, o que é muito triste para quem trabalhou e descontou uma vida inteira", lamenta Isabel Gomes.
"Estas situações incomodam-nos bastante e não temos outra solução senão reclamar", remata apresidente do MURPI.