O Departamento Central de Investigação e Ação Penal fala num alegado esquema de circulação de capitais e devolução dos mesmos aos vendedores.
O que na prática quer dizer que se suspeita que os arguidos terão montado um esquema de negócios simulados, em que venderam um conjunto de prédios da antiga Portugal Telecom.
Os prédios, avaliados em centenas de milhões de euros, foram vendidos a preços abaixo do mercado a empresas sediadas em offshore, lesando assim o Estado, que não recebia os impostos, e a própria Altice Internacional.
Estamos a falar num montante que pode chegar aos 100 milhões de euros de acordo com o Ministério Público e a Autoridade Tributária.
E há 3 detidos, é isso?
Até ao momento, sim.
O nome mais sonante é o de Armando Pereira, Cofundador da Altice, número dois da empresa e responsável pela Altice Europa.
O empresário habitualmente reside em França, mas estava a iniciar férias em Portugal quando foi detido.
A CNN diz que as autoridades estão à procura do empresário Hernâni Vaz Antunes, sócio de Armando Pereira, cuja casa em Braga ontem foi alvo de buscas.
A sua filha, Jéssica Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro serão os outros dois detidos.
E já se sabe quando é que vão ser ouvidos por um juiz?
O que está previsto é que comecem a ser ouvidos no sábado, dia 15.
Havia indicação de que Armando Pereira ainda seria presente a um juiz, para primeiro interrogatório esta sexta-feira durante a tarde.
Mas a greve dos oficiais de justiça obrigou a que esse procedimento fosse adiado para amanhã, de acordo com uma nota do Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Os detidos estão no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária, em Lisboa e, pelos vistos vão passar lá mais uma noite – pelo menos - até serem presentes a um juiz. Só depois conhecerão as medidas de coação.
E quem é que está à frente desta investigação?
É a Autoridade Tributária e o procurador Rosário Teixeira, do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que ontem puseram em marcha uma grande operação durante a qual foram feitas dezenas de buscas de norte a sul do país, incluindo a Quinta no Gerês de Armando Pereira e a sede da Altice em Portugal, na zona de Picoas, em Lisboa.
Nestas buscas – segundo revelou o DCIAP - foram apreendidos documentos e objetos, entre os quais viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros.