A Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da arquidiocese de Braga desenvolveu, no âmbito do Dia Arquidiocesano do Catequista, que reuniu no Santuário do Sameiro mais de um milhar de ministros da catequese, uma formação em que foram abordados os sinais, as causas e os contextos de risco no plano dos abusos de menores.
Em declarações à Renascença, a coordenadora da comissão, Carla Rodrigues, sublinha o papel que os catequistas podem ter na prevenção: "O facto de os catequistas estarem semanalmente com as crianças e com os menores obriga-os a estar atentos à realidade."
"OS catequistas podem replicar na vida civil isto que aprendem aqui. Ou seja, eles levam estes ensinamentos para casa, para o trabalho, para as escolas", reforça.
"A ideia é combater os abusos sexuais prevenindo e para prevenir é necessário dar ferramentas sobre os comportamentos a evitar e, por outro lado, alertar para os sinais de que podemos estar perante uma situação de abuso. E isso vai permitir uma denúncia e travar o abuso."
De acordo com Carla Rodrigues, esta "é apenas a primeira formação, pois há já algumas paróquias e alguns grupos que já nos contaram para terem esta formação, mas em grupos menores".
A responsável adianta que "a ideia é conseguirmos sensibilizar os catequistas - que é uma grande fatia da Igreja - para que eles levem estes ensinamentos a grupos menores, como por exemplo às paróquias onde há um coordenador de catequese, até porque se esse coordenador conseguir recolher ferramentas para formar outros grupos - quer os seus catequistas, quer nas reuniões de pais - isso será muito bom".
"Os catequistas abarcam uma fatia enorme da sociedade", reforça.
Carla Rodrigues sublinha que “a comissão de proteção de menores e adultos vulneráveis tem de apostar na prevenção porque é através da prevenção que vamos conseguir diminuir os números; não apenas na Igreja Católica, mas também na sociedade em geral”.
“Na Igreja Católica, estamos a falar de uma margem diminuta dos abusos sexuais, mas, ainda que diminuta, é gigantesca porque não deveria ter acontecido nenhum caso”, remata.