A ministra da Agricultura vai insistir junto da Comissão Europeia no pedido para reforçar os adiantamentos de medidas de apoio aos agricultores por causa da seca. Em entrevista à Renascença, Maria do Céu Antunes diz ser necessário apoiar o sector que se debate com um aumento significativo dos custos de produção.
“Reforcei o pedido que já tinha feito há 15 dias junto do Comissário Europeu para a Agricultura , nomeadamente, para podermos reduzir as taxas de controlo e, também, para podermos autorizar o reforço dos adiantamentos das medidas de apoio à superfície e a simplificação dos adiantamentos em linha com as medidas de exceção no quadro de apoio aos impactos do Covid-19”, avançou.
Mas a governante quer aproveitar para voltar a reforçar o seu pedido durante o Conselho de Ministros Extraordinário dos Ministros da Agricultura, que vai decorrer até terça-feira em Estrasburgo. “Vou estar com o senhor comissário e vou reforçar de novo – à semelhança do que temos articulado com os outros Estados-membros da bacia do mediterrâneo – para podermos intensificar as medidas e darmos resposta às necessidades dos agricultores, por esta dupla crise que se faz sentir: não só pelo aumento dos custos de produção, mas também por esta crise severa que se faz sentir pela falta de água.”
Enquanto isso, Maria do Céu Antunes adianta que a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural está a monitorizar a situação para estudar “medidas concretas” para as diferentes regiões, que são muito diferentes entre si, e vão necessitar de respostas específicas.
Entre as principais prioridades, o Governo coloca a questão do abeberamento animal que pode passar pela transferência de água de Alqueva, que está, neste momento, numa situação mais confortável.
A ministra da Agricultura diz que a seca atinge o país inteiro, porque as reservas de água estão em baixo, de Norte a Sul, e não só, como tradicionalmente acontece, no Alentejo e Algarve.
“Neste momento, o mapa de Portugal está por inteiro, porque as reservas de água estão em baixo em todo o território. Das 60 albufeiras que foram monitorizadas, 11 apresentam níveis de armazenamento acima dos 80% e 15 têm níveis inferiores a 40% do volume total. Estamos, de facto, preocupados com o panorama nacional e atentos a todo o território do continente”, afirma Maria do Céu Antunes.
País está a viver uma “crise severa pela falta água”.
Por isso, a governante já deu indicação para “se abrir uma medida de financiamento para pequenos investimentos nas explorações agrícolas, para a instalação de pontos de água”.
Além disso, apela a uma melhor gestão da água, que é um recurso que é escasso e que estamos todos empenhados em gerir de forma mais ciente, para podermos produzir mais com menos”.