Seis meses depois da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, a cidade vai acolher uma Via Sacra com jovens, mas aberta a todos, que pretende “fazer memória” do que se viveu em agosto, com o Papa. A celebração, prevista para a primeira sexta-feira da Quaresma (16 de fevereiro, às 21h00) está a ser organizada pela Pastoral Juvenil e Vocacional do Patriarcado.
Em declarações à Renascença João Clemente, diretor do Serviço diocesano da Juventude, fala num momento especial.
“Vimos como foi bela a Via Sacra da JMJ, por isso temos aqui algumas novidades: estamos a propor à diocese que possa haver aqui um apontamento cultural, de beleza e de estética”, começa por explicar.
Alguns jovens que participaram no coro e orquestra da Jornada Mundial da Juventude foram convidados a preparar os cânticos. “Vamos ter nesta Via Sacra um coro e orquestra com cerca de 50 jovens, que ficaram com a responsabilidade da preparação e dinamização da música. Em segundo lugar, desafiámos alguns jovens refugiados que estão a estudar cá em Portugal, em Lisboa, para poderem escrever uma pequena meditação para cada estação da Via Sacra".
João Clemente adianta que, em terceiro lugar, foi pedido "a alguns jovens que pudessem pensar um pequeno apontamento artístico e cultural para cada estação".
"O que irá acontecer é que no jardim, junto à Fonte Luminosa, existirão vários estrados ao longo do relvado e a Via Sacra vai acontecendo nesses pequenos palcos, cada estação com uma pequena encenação da Via Sacra”, revela.
Esta é uma proposta diferente, a beber ainda da experiência da JMJ, que provou que é possível a Igreja comunicar de outra forma, e assumir outra linguagem mesmo nos momentos mais espirituais como este.
“Esta dimensão da beleza não retira espiritualidade e profundidade à Via Sacra, dá-lhe uma nova forma de olharmos para aquilo que é a Paixão de Jesus, para este mistério que celebramos, mas numa perspetiva diferente, que têm a ver com a nossa vida, com a experiência dos jovens, aquilo que são os seus sonhos, os seus medos. Por isso esta preocupação de lhe dar uma linguagem que seja para os dias de hoje e para os jovens de hoje”, sublinha João Clemente.
O convite que fazem para esta Via Sacra é alargado. “É uma proposta para todos, sem uma especificidade de idades. É organizada pela pastoral juvenil, universitária e vocacional da nossa diocese, com o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Junta de Freguesia do Areeiro, que um público-alvo são os jovens, mas é, de facto, uma proposta para todos”, como já foi a que realizaram há um ano, no Parque Eduardo VII, antes da JMJ, e que foi muito participada.
“Há muito dinamismo”
Para João Clemente, estas iniciativas no Patriarcado de Lisboa mostram o empenho dos jovens da diocese no pós JMJ.
“Há muita coisa a acontecer a nível local, seja nas paróquias, nos movimentos, nas congregações religiosas. Há muito dinamismo, que pode até não ser percetível, mas vamos testemunhando isso”, garante.
João Clemente acrescenta que o Serviço Diocesano da Juventude pretende propor mensalmente propor uma atividade que congregue todos. "Por isso já tivemos a Jornada Diocesana da Juventude, o Fórum Geração Rise Up, a peregrinação diocesana a Fátima, a Vigília Ecuménica. Agora teremos a Via Sacra, em Março a Vigília da Misericórdia, em maio o encontro de Pentecostes e, para terminar o ano, o Festival da Juventude, sempre numa ligação àquilo que foi a Jornada Mundial da Juventude”.
O que se pretende “é que não sejam apenas atividades que não tenham uma ligação entre elas, mas que possa surgir aqui um caminho, uma proposta conjunta, um itinerário que permita fazer a reflexão da jornada”, afirma ainda, adiantando que há vários outros projetos em preparação para o próximo ano pastoral, a partir de setembro.
“São específicos para jovens, nas mais diversas áreas, desde a formação, do acompanhamento, da relação com o mundo cultural. A ideia é poder haver um conjunto de propostas para os jovens para poderem ir àquilo que entenderem que faz sentido nas suas vidas”, conclui João Clemente.