A diretora clínica do Hospital Fernando Fonseca, conhecido também como hospital Amadora-Sintra, assegura que as averiguações sobre alegadas más práticas clínicas serão levadas até “às últimas consequências”.
Num depoimento enviado à Renascença, Ana Valverde confirma que, a 6 de outubro de 2022, a direção recebeu “uma exposição escrita do ex-diretor do serviço de cirurgia, alegando casos de má prática clínica relativamente aos colegas médicos do serviço de cirurgia geral”.
Em causa está a notícia avançada esta sexta-feira pelo jornal “Expresso”, aludindo a casos de mutilação e mesmo de morte devido a más práticas. O semanário revela ter recebido um documento onde são descritos vários casos, entre os quais um doente sem indicação para cirurgia que acabou por morrer depois de ser operado ou outro doente sujeito a uma cirurgia para remover um tumor que afinal não existia.
O jornal adianta ainda que as denúncias foram feitas por dois cirurgiões da unidade e dizem respeito a um total de 22 casos.
A diretora clínica assegura que, depois de receberem a exposição escrita, reportaram a denúncia à Ordem dos Médicos e à Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e iniciaram “uma auditoria clínica do serviço de cirurgia geral”.
“As averiguações serão levadas às últimas consequências”, afirma, admitindo que “se houve um erro, não será ignorado”.
Nestas declarações, Ana Valverde reafirma o empenho dos profissionais de saúde para “todos os dias fazer o seu melhor para, de acordo com as boas práticas clínicas, prestar os melhores cuidados” aos utentes.
Ana Valverde termina com uma mensagem de confiança nos profissionais que, garante, “zelam pela segurança e qualidade dos cuidados médicos que prestam”.
A direção do hospital assegura que as investigações na Ordem dos Médicos (OM) e na IGAS ainda decorrem e que, no dia 10 de janeiro de 2023, reforçou junto da OM “a muita urgência inerente a este processo” e pediu um “reforço da equipa para a conclusão do inquérito no mais curto espaço de tempo”.